Por Sijia Jiang e Josh Horwitz
HONG KONG/XANGAI (Reuters) - A fabricante chinesa de equipamentos para telecomunicações Huawei, atingida por sanções dos Estados Unidos, poderá ver suas vendas caírem em até 25 por cento neste ano e enfrenta a possibilidade de seus smartphones desaparecerem dos mercados internacionais, disseram analistas.
As vendas de smartphones da Huawei, segunda maior fabricante de smartphones do mundo em volume, podem cair entre 4 e 24 por cento em 2019 se as sanções dos EUA continuarem, de acordo com Fubon Research e Strategy Analytics.
Vários especialistas disseram esperar que as vendas da Huawei vão cair nos próximos seis meses, mas se recusaram a dar uma estimativa real, devido às incertezas em torno das políticas dos EUA.
O Departamento de Comércio dos EUA impediu que a Huawei comprasse produtos norte-americanos na semana passada em meio ao aumento da disputa comercial com a China.
A proibição se aplica a bens e serviços com 25 por cento ou mais de tecnologia ou materiais originados nos EUA e pode, portanto, afetar empresas não americanas.
"A Huawei poderá ser eliminada do mercado de smartphones da Europa Ocidental no próximo ano se perder o acesso ao Google", disse Linda Sui, diretora de estratégias de smartphones da Strategy Analytics.
Ela prevê que as vendas de celulares da Huawei caiam mais 23% no próximo ano, mas acredita que a companhia poderia sobreviver pelo tamanho do mercado chinês.
A Fubon Research, que anteriormente previa que a Huawei venderia 258 milhões de smartphones em 2019, agora espera que a empresa venda 200 milhões no pior cenário.
A Huawei possui quase 30% do mercado global, de acordo com o IDC, e vendeu 208 milhões de celulares no ano passado, sendo metade em mercados fora da China. A empresa conta a Europa como o mercado mais importante para seus smartphones premium.