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SEUL (Reuters) - A atitude dos jogadores é mais importante do que a estratégia tática, disse o técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, nesta quinta-feira, ao tentar fazer com que a seleção volte a ser uma grande força no cenário global.
Com pouco tempo de preparação depois de chegar em maio vindo do Real Madrid, o técnico italiano está confiando no espírito de equipe e no talento individual para superar os desafios da Copa do Mundo na América do Norte no próximo ano.
Falando antes do amistoso do Brasil contra a Coreia do Sul na sexta-feira em Seul, Ancelotti disse que o desenvolvimento tático tem sido prejudicado pela falta de sessões de treinamento com o elenco completo.
"Acho que é preciso mais trabalho tático para trabalhar a estratégia de jogo. Tudo isso pode ser muito importante, mas a parte mais importante não é a estratégia, é a atitude dos jogadores no campo. Para isso, não é preciso muito tempo de preparação", disse Ancelotti em entrevista coletiva.
Em suas quatro primeiras partidas no comando do Brasil, Ancelotti alternou entre o esquema 4-2-4, que rendeu vitórias sobre o Paraguai e o Chile, e o sistema 4-3-3 usado no empate com o Equador e na derrota para a Bolívia na altitude de 4.100 metros de El Alto no mês passado.
Apesar da irregularidade, ele expressou satisfação com a organização defensiva do Brasil, mas disse que é preciso evoluir quando o time estiver com a posse de bola.
"Gostei muito do jogo defensivo da equipe em junho e setembro. A equipe se defendeu muito bem -- compacta, unida, comprometida, intensa", disse Ancelotti.
"Onde a equipe deve melhorar, e amanhã é uma oportunidade, é no jogo com a bola."
"Você pode jogar com quatro, três ou cinco no ataque, mas o que importa é a qualidade mostrada em campo. O que eu realmente gosto é da atmosfera da equipe. É muito positiva por causa da atitude e do profissionalismo dos jogadores", completou.
Ancelotti também enfatizou que a equipe precisa estar unida se quiser ganhar a sexta Copa do Mundo, um recorde.
"Cada um de nós pensa no objetivo, que é muito claro: temos de ganhar a Copa do Mundo, não ser o melhor jogador do mundo", afirmou.
O Brasil disputará outro amistoso contra o Japão no Estádio Ajinomoto, em Tóquio, na terça-feira.
O volante Casemiro será o capitão do Brasil nos amistosos na Ásia. Ele não exercia a função desde 2023.
"Sem dúvida a minha relação com o treinador, que conheço há mais de dez anos, gera uma afinidade maior, mas gosto de demonstrar", disse o volante. "Eu gosto de dar mais exemplos de como fazer."
Ancelotti novamente montou a equipe brasileira sem um meia tradicional para a armação das jogadas e com quatro atacantes na preparação para os amistosos.
No papel, a missão de articular as jogadas caberá à dupla Matheus Cunha e Rodrygo. O ataque brasileiro terá ainda Vini Jr. e Estêvão.
A seleção deve entrar em campo contra a Coreia do Sul com Bento, Vitinho, Militão, Gabriel Magalhães e Douglas Santos; Casemiro e Bruno Guimarães; Matheus Cunha, Estêvão, Rodrygo e Vini Jr.
(Por Fernando Kallas; com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)