BUENOS AIRES (Reuters) - A candidata presidencial argentina Patricia Bullrich, de centro-direita, apresentou nesta segunda-feira sua equipe de gestão e mostrou otimismo em ultrapassar facilmente a marca de 30% dos votos na eleição de outubro, o suficiente para garantir uma vaga no segundo turno.
A coalizão de oposição Juntos por el Cambio teve 28% dos votos nas primárias de agosto, surpreendentemente superada pelo ultraliberal Javier Milei, com 29,86%. O atual ministro da Economia e candidato da frente peronista, Sergio Massa, ficou em terceiro, com 27,28%.
“Cremos que vamos chegar a um número bem acima dos 30% dos votos”, afirmou Bullrich durante um encontro com jornalistas, quando afirmou que “nossas equipes vão viajar pelo país, cada comunidade... é uma equipe nacional”.
Na Argentina, o segundo turno ocorre se o primeiro colocado não conseguir superar os 45% dos votos, ou passar dos 40% com uma diferença de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado.
Segundo a candidata, haverá “um debate de ideias (na campanha), não vamos entrar em uma guerra de palavras” com Milei. Ela também afirmou que “não vamos nos esquecer do kirchnerismo”.
A Argentina apresenta atualmente uma inflação de três dígitos, déficit fiscal, controle cambial e altas taxas de pobreza.
Ela comentou a possibilidade de estabelecer uma economia bimonetária, com uso conjunto do peso e do dólar como moedas correntes.
“O bimonetarismo está bastante definido, falta decidir a engenharia jurídica”, afirmou.
Milei defende a dolarização completa, enquanto Massa é favorável a manter o peso como moeda única.
Bullrich apresentou os técnicos responsáveis por cada setor na campanha, com destaque para Carlos Melconian na economia.
(Reportagem de Nicolás Misculin)