BERLIM (Reuters) - O presidente-executivo da Adidas, Bjorn Gulden, defendeu o artista anteriormente conhecido como Kanye West, afirmando que não pensava que a celebridade polêmica quisesse dizer o que disse nos comentários antissemitas que levaram ao fim da sua lucrativa colaboração Yeezy com a gigante alemã do vestuário desportivo.
A Adidas encerrou sua parceria com West, que agora atende pelo nome de Ye, em outubro de 2022, depois que ele provocou indignação com suas publicações erráticas nas mídias sociais, incluindo um tuíte relacionado a morte de judeus.
Comentando sobre o escândalo que custou à Adidas dezenas de milhões em vendas, Gulden disse ao podcast In Good Company que Ye fez algumas declarações que não foram "tão boas".
"Não acho que ele quisesse dizer o que disse e não acho que ele seja uma má pessoa -- apenas foi o que pareceu", disse o presidente-executivo em um episódio que foi ao ar em 13 de setembro.
Gulden também elogiou Ye como "uma das pessoas mais criativas do mundo... tanto na música quanto no que eu chamaria de cultura de rua".
Um porta-voz da Adidas disse que os laços com Ye continuariam a ser cortados e que não houve qualquer alteração na posição da empresa.
"O fim da parceria foi apropriado", disse o porta-voz.
Ex-dirigente da rival Puma, Gulden foi contratado como presidente-executivo da Adidas no início de 2022 para reconstruir a marca depois de lidar com as consequências da polêmica.
Em maio, depois de analisar o que fazer com o estoque de produtos Yeezy não vendidos, Gulden anunciou que a Adidas venderia algumas das mercadorias e doaria parte dos lucros para organizações que fazem campanhas contra o racismo e o antissemitismo.
No podcast, Gulden falou sobre os perigos de trabalhar com colaboradores famosos: "Quando você trabalha com terceiros, isso pode acontecer", disse ele. "Isso faz parte do jogo."
(Reportagem de Rachel More)