Por Gabriel Crossley e Martin Quin Pollard
PEQUIM (Reuters) - Pessoas se reuniram em Pequim para fotografar exibições aéreas comemorativas e cantar canções revolucionárias nesta quinta-feira, quando o Partido Comunista celebra seu centésimo aniversário, expressando orgulho pelo desenvolvimento da China e desejos de um país mais poderoso.
Alguns presentes se reuniram junto a um canal antigo usado no passado para levar grãos à cidade, e hoje eclipsado por arranha-céus do distrito financeiro, para observar helicópteros escrevendo "100" no ar.
O presidente Xi Jinping saudou um "mundo novo" criado por seu povo no momento em que o Partido Comunista marca o centenário de sua fundação com uma cerimônia na Praça da Paz Celestial, no centro da capital.
Wang Peng, engenheiro de 34 anos da gigante de eletrônicos Xiaomi (HK:1810) que tirou algum tempo do trabalho para filmar as aeronaves com o celular, ficou especialmente empolgado com uma passagem de caças soltando rastros de fumaça colorida.
"Espero que a China fique mais forte na tecnologia, especialmente em tecnologias essenciais, para que países estrangeiros não consigam nos apertar pelo pescoço", disse ele, ecoando uma das prioridades de Xi agora que os Estados Unidos restringem o acesso do país à alta tecnologia.
Quase todos os chips dos telefones da Xiaomi são importados, disse.
Depois que os helicópteros e caças desapareceram rumo à Praça da Paz Celestial, um grupo de observadores entoou animado uma canção revolucionária dos anos 1940.
"O PCC (Partido Comunista Chinês) labuta pela nação", cantaram, acrescentando que "Ele leva a China para a luz".
Outros se sentavam em bancos e assistiam a cerimônia em seus aparelhos portáteis.
Um corredor vestido de azul passou ao largo, e a voz de Xi era audível nos fones minúsculos de seu celular.
Zhang Ying, que tem 64 anos e é filiada ao Partido Comunista há quase três décadas, disse que se vestiu especialmente para a ocasião e que sua principal preocupação quanto ao futuro é a defesa nacional.
"Nosso país está em um mundo turbulento neste momento", opinou.
Em seu discurso, Xi reiterou um apelo para apressar a modernização militar.
A maioria das pessoas que conversou com a Reuters se disse orgulhosa do partido, mas um técnico de sobrenome Qin disse também estar preocupado com a falta de liberdade dos cidadãos da China, onde o espaço para a discórdia encolhe dramaticamente desde que Xi se tornou presidente em 2013.