Por Michael Martina
(Reuters) - Os democratas dos Estados Unidos estão organizando o maior esforço de proteção do eleitorado que já fizeram em preparação para o que Joe Biden diz ser seu maior temor: a perspectiva de o presidente Donald Trump tentar interferir na eleição de 3 de novembro ou se recusar a aceitar seu resultado.
Entrevistas com mais de uma dúzia de autoridades partidárias revelam como os democratas, em coordenação com a campanha presidencial de Biden, estão se preparando para batalhas a respeito de votos à distância, possíveis recontagens e a possibilidade de os apoiadores republicanos de Trump tentarem intimidar eleitores nas seções eleitorais.
O Partido Democrata contratou diretores de proteção do eleitorado em 19 Estados cruciais para que estes realizem operações mais abrangentes do que em ciclos eleitorais anteriores, e apresentaram um número recorde de ações civis antes da eleição na tentativa de facilitar a votação.
Milhares de monitores eleitorais e advogados serão mobilizados em todo o país no dia da eleição, disseram as autoridades à Reuters.
Republicanos dizem que, embora estejam fazendo preparativos de rotina para recontagens e irregularidades, estão mais concentrados em combater os esforços para ampliar o voto pelo correio.
Trump pôs em dúvida a legitimidade do voto pelo correio, que vem sendo muito mais usado nas eleições primárias devido à pandemia de coronavírus. Ele também fez alegações infundadas de que a votação será manipulada e se recusou a dizer se aceitaria os resultado da eleição se perdesse.
Uma pessoa informada pela campanha de Biden a respeito de sua estratégia disse à Reuters que o ex-vice-presidente se prepara para uma "situação de pesadelo" na qual Trump lideraria a contagem de votos presenciais em Estados pêndulo na noite da votação, mas reclamaria que a disputa está sendo fraudada nos dias seguintes à medida que os votos pelo correio fossem contados.
Uma autoridade democrata em um Estado pêndulo, que pediu para não ser identificada, disse que a campanha está coordenando discretamente uma estratégia legal com funcionários estaduais da sigla para situações pós-eleição, como a recontagem da disputa de 2000 entre George W. Bush e Al Gore.
O gerente de campanha de Trump, Tim (SA:TIMP3) Murtaugh, disse que os democratas estão tentando minar a integridade da eleição com esforços que podem levar a fraudes.
Já os democratas dizem que sua maior preocupação é se protegerem do que esperam ser um esforço considerável de supressão de eleitores da parte dos republicanos.
(Reportagem adicional de Jarrett Renshaw, Tim Reid e Trevor Hunnicutt)