Por James Pearson (LON:PSON) e Damir Sagolj
PYONGYANG (Reuters) - O horizonte de Pyongyang está ficando cada vez mais alto – e não só por causa das imagens auto-indulgentes do regime norte-coreano. Apesar de seu isolamento político e econômico, a capital passa por um aumento expressivo nos empreendimentos imobiliários.
Em uma comparação de fotos feitas pela Reuters nesta semana e em uma visita a Pyongyang em outubro passado, vários arranha-céus de 20 ou mais andares apareceram na capital, alguns perto de ser finalizados.
A construção, a maior parte da qual parece ser de prédios de apartamentos, segue adiante apesar das sanções mais rígidas impostas à Coreia do Norte pela Organização das Nações Unidas (ONU) em reação a seus programas de mísseis balísticos e de armas nucleares.
O fenômeno é mais um indício do papel crescente da economia de mercado no país comunista, que ainda não foi plenamente reconhecida pelo governo, mas está mudando a paisagem e melhorando a vida das pessoas, pelo menos em algumas partes da nação, que continua predominantemente pobre.
Mais de uma dúzia de operários em plataformas suspensas foram vistos nesta semana instalando telhas no concreto do lado de fora de um edifício de baixa estatura no momento em que Pyongyang se prepara para o primeiro congresso do partido governista em 36 anos.
A Coreia do Norte convidou jornalistas estrangeiros para cobrir o evento, mas guias governamentais limitam sua circulação e as pessoas com as quais podem falar.
O panorama do céu da capital também está ficando mais brilhante.
Graças a uma disparada no uso de painéis solares particulares e lâmpadas de LED baratas fabricadas localmente, as janelas antes pálidas dos apartamentos hoje aparecem iluminadas, embora ainda sejam eclipsadas pelo fulgor das estátuas e retratos dedicados à família governante dos Kim.
O dinheiro para as obras vem da versão norte-coreana de uma parceria público-privada.
(Reportagem adicional de Joseph Campbell em Pyongyang e Ju-min Park em Seul)