Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - Uma especialista em política externa que chegou a trabalhar para a CIA e para o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca foi indiciada nos Estados Unidos sob a acusação que ela era um agente não registrada do governo da Coreia do Sul em troca de presentes luxuosos.
Sue Mi Terry defendia políticas sul-coreanas, divulgou informações sigilosas do governo dos EUA para oficiais da inteligência da Coreia do Sul e facilitou o acesso de autoridades do país para as contrapartes norte-americanas, segundo indiciamento tornado público nesta terça por um tribunal federal em Manhattan.
Em retorno, agentes da inteligência coreana teriam dado a Terry bens de luxo incluindo bolsas Bottega Veneta e Louis Vuitton, além de um casaco Dolce & Gabbana, jantares em restaurantes com estrelas Michelin (EPA:MICP) e mais de 37 mil dólares de financiamento em um fundo “secreto” para um programa de política pública sul-coreana que ela gerenciava.
O trabalho de Terry como agente teria começado em 2013, dois anos depois de deixar o emprego no governo dos EUA, e durou uma década.
Agora ela é um membro sênior no Council on Foreign Relations (Conselho de Relações Exteriores), segundo o site do think tank, e uma especialista no leste da Ásia e na península coreana, incluindo a Coreia do Norte.
"São alegações infundadas e que distorcem o trabalho de uma acadêmica e especialista conhecida pela sua independência e anos de trabalho para os Estados Unidos," disse em comunicado o advogado de Terry Lee Wolosky.
O Council on Foreign Relations colocou Terry em licença administrativa sem remuneração e vai cooperar com qualquer investigação, disse uma porta-voz.
O escritório do promotor Damian Williams em Manhattan não respondeu imediatamente aos pedidos por comentário.
Nascida em Seul e criada na Virginia, Terry foi uma analista sênior da CIA entre 2001 e 2008, e diretora de assuntos relacionados com Coreia, Japão e Oceania no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca entre 2008 e 2009 sob o presidente republicano George W. Bush e o presidente democrata Barack Obama.