Governo Trump desconsidera enviar ajuda humanitária a Gaza pelo ar, dizem fontes

Publicado 12.08.2025, 11:13
Atualizado 12.08.2025, 11:15
© Reuters. Militares da Força Aérea dos EUA preparam envio de ajuda humanitária para moradores da Faixa de Gaza. 05/03/2024. US Central Command via X/Handout via REUTERS

Por Phil Stewart e Jonathan Landay e Idrees Ali

WASHINGTON (Reuters) - Durante o governo do presidente Joe Biden, o exército dos EUA realizou ondas de lançamentos aéreos de alimentos em Gaza, entregando cerca de 1.220 toneladas de ajuda. Mas a opção não foi seriamente considerada pelo governo de Donald Trump, segundo autoridades americanas e outras fontes, apesar de ele expressar preocupação com a fome em Gaza em meio à campanha militar de quase dois anos de Israel contra o Hamas.

Uma fonte disse que isso é visto como uma opção irreal, porque a medida não chegaria perto de atender às necessidades de 2,1 milhões de palestinos, mesmo com aliados próximos dos EUA, incluindo a Jordânia, os Emirados Árabes Unidos e o Reino Unido, tendo realizado lançamentos aéreos de assistência para Gaza.

Os grupos de ajuda humanitária há muito tempo criticam tais lançamentos, considerando-os mais simbólicos do que eficazes dado que a escala de necessidade em Gaza exige rotas terrestres abertas para que grandes quantidades de ajuda entrem no enclave. Os pacotes pesados também podem representar um perigo para quem corre em direção à ajuda que cai de paraquedas.

"Isso simplesmente não fez parte das discussões", disse uma autoridade dos EUA, falando sob condição de anonimato para poder discutir as deliberações internas do governo Trump.

Uma fonte familiarizada com a questão disse: "Não foi algo considerado seriamente porque não é realmente uma opção séria neste momento".

Uma fonte diplomática, falando sob condição de anonimato, disse que não tinha conhecimento de nenhum interesse dos EUA em participar do esforço aéreo.

Outra autoridade de um país que está participando dos lançamentos aéreos disse que não houve conversas com os EUA sobre a participação de Washington no esforço. Ela acrescentou que os EUA não estavam fornecendo apoio logístico para os envios feitos por outros países.

Solicitado a comentar, um funcionário da Casa Branca disse que o governo estava aberto a "soluções criativas" para a questão.

"O presidente Trump pediu soluções criativas para ’ajudar os palestinos’ em Gaza. Nós acolhemos qualquer esforço eficaz que entregue alimentos aos habitantes de Gaza e os mantenha fora das mãos do Hamas", disse.

Israel começou a permitir o envio de alimentos por via aérea no final de julho, à medida que aumentava a preocupação global com o custo humanitário da guerra em Gaza.

PRESSÃO CRESCENTE SOBRE ISRAEL

Israel enfrenta uma pressão internacional cada vez maior sobre a crise humanitária em Gaza e sua promoção da operação de ajuda da Gaza Humanitarian Foundation. A organização tem locais de distribuição apenas no sul do território e foi considerada perigosa e ineficaz por grupos de ajuda e pelas Nações Unidas --alegações que o grupo nega.

À medida que o número de mortos em dois anos de guerra em Gaza se aproxima de 60.000, um número cada vez maior de pessoas está morrendo de fome e desnutrição, dizem as autoridades de saúde locais, com imagens de crianças famintas chocando o mundo e alimentando as críticas internacionais a Israel por causa da piora acentuada das condições.

Biden enfrentou uma enorme pressão dos pares democratas para aliviar o sofrimento humanitário em Gaza. Além do envio de ajuda alimentar, incluindo refeições prontas para consumo, Biden ordenou que o exército dos EUA construísse um píer temporário ao largo de Gaza para que a ajuda fosse entregue ao enclave.

O píer, anunciado pelo ex-presidente durante um discurso televisionado ao Congresso em março de 2024, foi um esforço enorme que exigiu cerca de 1.000 integrantes de forças dos EUA para ser executado.

Mas o mau tempo e os desafios de distribuição dentro de Gaza limitaram a eficácia do que, segundo os militares dos EUA, foi o maior esforço de entrega de ajuda já realizado no Oriente Médio. O píer só ficou operacional por cerca de 20 dias e custou cerca de US$230 milhões.

(Reportagem de Phil Stewart, Idrees Ali e Jonathan Landay; reportagem adicional de Steve Holland)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS BB (BVMF:BBAS3)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.