Israelenses mantêm calma diante de iminentes ataques retaliatórios do Irã

Publicado 13.06.2025, 09:48
Atualizado 13.06.2025, 09:50
© Reuters. Pessoas fazem compras em Jerusalém após ataque militar de Israel a Teerãn13/06/2025 REUTERS/Ronen Zvulun

Por Alexander Cornwell

TEL AVIV (Reuters) - As ruas de Tel Aviv estavam calmas na manhã desta sexta-feira, apesar do alerta de líderes israelenses ao público para se preparar para a retaliação iraniana depois que Israel lançou um ataque em larga escala contra o Irã.

Os militares fecharam escolas em todo o país e proibiram reuniões públicas, cancelando a Parada do Orgulho LGBT+ de Tel Aviv, que normalmente atri dezenas de milhares de pessoas à cidade anualmente.

"Já passamos por esse cenário duas vezes", disse Uri, de 31 anos, sentado em um banco do lado de fora de um supermercado, questionando se abriria seu restaurante ou teria que jogar fora a comida do dia.

"Sinceramente, não me importo. Vou apenas para um abrigo e ficarei bem", disse ele, quando perguntado se tinha alguma preocupação com sua própria segurança.

O Irã disparou centenas de drones e mísseis balísticos contra Israel em dois ataques no ano passado, em resposta a ataques israelenses, abalando o público israelense, mas causando apenas danos modestos.

Teerã prometeu retaliação ao ataque de Israel na madrugada desta sexta-feira às instalações militares e nucleares iranianas, que matou vários comandantes importantes. Israel disse que está trabalhando para interceptar 100 drones que foram lançados pelo Irã, mas que não chegaram a Israel.

O público israelense foi orientado a se preparar para passar longas horas em abrigos antibombas, com o governo avisando que realizaria um ataque prolongado contra seu arqui-inimigo.

Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro mais antigo de Israel, invocou os horrores do Holocausto nazista durante a Segunda Guerra Mundial para justificar sua decisão de atacar o Irã, enquadrando os ataques como uma medida decisiva para proteger Israel de uma futura ameaça existencial.

No último ano, Israel entrou em conflito aberto com Teerã, disparando foguetes em direção ao Irã. Depois que o grupo militante Hamas lançou um ataque surpresa contra comunidades israelenses em outubro de 2023, Israel desmantelou muitos dos aliados do Irã, incluindo o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano.

"O Irã? Esse é o primeiro lugar que precisamos atacar, se você quer saber", disse Aviv, 38 anos, acrescentando que esperava que os ataques levassem à libertação de 53 reféns, em sua maioria israelenses, mantidos pelo Hamas em Gaza.

Em Gaza, que foi reduzida a um terreno baldio pela campanha militar devastadora de Israel, alguns esperavam que o ataque ao Irã pudesse abrir caminho para o fim da guerra no enclave costeiro.

"Esperamos que desta vez os iranianos pressionem por uma solução abrangente", disse Abu Abdallah, um empresário palestino deslocado para o sul de Gaza.

Em Israel, os supermercados e alguns cafés permaneceram abertos, embora algumas empresas tenham optado por manter suas portas fechadas. Pessoas estocaram alimentos e água engarrafada, provocando longas filas nos caixas.

"Minha geladeira está vazia", disse Noah, de 41 anos, enquanto se dirigia a um supermercado. A mãe de dois filhos disse que iria comemorar seu aniversário de casamento com o marido em um hotel.

Noah disse que estava preocupada com a gravidade de qualquer possível ataque de retaliação, acrescentando que as pessoas estavam perguntando se os abrigos antibombas em seus prédios de apartamentos seriam fortes o suficiente para resistir ou se seria mais seguro buscar refúgio no subsolo.

O ataque ao Irã ocorre no momento em que a coalizão de direita de Netanyahu enfrenta uma crescente pressão interna e internacional sobre a guerra de Gaza, que já está em seu 21º mês.

"A maneira como o governo está lidando com as coisas é horrível", disse Noah, acrescentando que ela condenou a decisão de atacar o Irã, temendo que isso coloque o país em mais perigo.

"Porque sinto que chegamos ao limite máximo da escala, como se isso fosse sério desta vez. Parece que está tudo bem, eles não têm nada a perder", disse ela.

Em Jerusalém, outras pessoas expressaram seu apoio à decisão.

"Estou muito feliz com isso. Estávamos esperando por isso", disse Oral Liral, de 66 anos.

"Am Yisrael Chai. Nós somos fortes. Nós estaremos aqui. É o nosso país", disse ela, usando uma expressão hebraica de perseverança que significa "o povo de Israel vive".

(Reportagem de Alexander Cornwell; Reportagem adicional de Rami Amichay, em Tel Aviv; Dedi Hayun, em Jerusalém, e Nidal al-Mughrabi, no Cairo)

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