BERLIM (Reuters) - Os conservadores da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão), de centro-esquerda, dizem que esperam chegar em breve a um esclarecimento sobre as perspectivas de formação de uma nova coalizão de governo, enquanto se preparam para conversas exploratórias nesta semana.
Os conservadores, que se reúnem nesta segunda-feira para mapear suas posições na negociações, acreditam ser possível encontrar um meio-termo para renovar a "grande coalizão" que governou nos últimos quatro anos.
Os dois bloco precisam superar diferenças a respeito do futuro da Europa, das aposentadorias, do sistema de saúde e da educação.
Merkel, cuja aliança, formada pela União Social-Cristã (CSU (SA:CARD3)) e a União Democrata-Cristã (CDU), não conseguiu fechar um acordo de coalizão com dois partidos menores no mês passado após a eleição nacional inconclusiva de setembro, deve falar à imprensa às 13h locais.
No sábado, conservadores de alto escalão rejeitaram a proposta dos "Estados Unidos da Europa" apresentada pelo líder do SPD, Martin Schulz, enfraquecido desde que sua sigla teve seu pior resultado eleitoral no pós-guerra em setembro.
Mas Annegret Kramp-Karrenbauer, primeira-ministra conservadora da região do Sarre, disse à emissora ARD que espera ver algum progresso nas conversas desta semana com o SPD.
"Talvez possamos dar um primeiro grande passo nesta direção nesta semana", disse.
O secretário-geral do SPD, Lars Klingbeil, disse à ARD que seu partido está aberto a todas as possibilidades, incluindo uma coalizão renovada com os conservadores ou um governo de minoria.
"A bola está no campo da senhora Merkel", disse Klingbeil, acrescentando que o ritmo das negociações depende em grande parte das principais exigências da CDU e de sua aliada bávara CSU.
"O SPD deixou suas posições claras na conferência do partido. Agora ouviremos o que o líder da CDU quer, o que a CSU quer, e ficará claro rapidamente se novas discussões valem a pena", afirmou.
Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira pela emissora RTL e pela n-tv mostrou que 71 por cento dos membros do SPD saudou a decisão da sigla de conversar com os conservadores sobre a composição de uma nova coalizão de governo, e que 81 por cento quer que o partido seja duro nas negociações.
Klingbeil disse que o SPD pedirá que a CDU se comprometa a gastar mais com a educação e a combater a pobreza infantil antes de se envolver em conversas para uma coalizão.
Julia Kloeckner, vice-líder da CDU, alertou o SPD a não fazer exigências exageradas e criticou comentários que Klingbeil fez durante o final de semana dando a entender que as conversas podem durar até maio.
"Se o SPD acha que temos todo o tempo do mundo, esta não é nossa visão", disse.
A pesquisa desta segunda-feira ainda revelou que 71 por cento dos eleitores alemães preferem negociações rápidas para a formação de um novo governo.