Por Steven Scheer e Maya Gebeily
JERUSALÉM/BEIRUTE (Reuters) - Foguetes do Hezbollah atingiram a terceira maior cidade de Israel, Haifa, na madrugada de segunda-feira, quando o país parecia pronto para expandir as incursões terrestres no sul do Líbano, no primeiro aniversário da guerra de Gaza, que espalhou o conflito pelo Oriente Médio.
O Hezbollah, apoiado pelo Irã e aliado do Hamas, o grupo militante palestino que luta contra Israel em Gaza, disse que teve como alvo uma base militar ao sul de Haifa com mísseis "Fadi 1" e lançou outro ataque em Tiberíades, a 65 km de distância.
O conflito em espiral tem levantado preocupações de que os Estados Unidos, a superpotência aliada de Israel, e o Irã sejam arrastados para uma guerra mais ampla no Oriente Médio, produtor de petróleo.
A polícia israelense confirmou que os foguetes atingiram Haifa, também um importante porto, e a mídia local disse que 10 pessoas ficaram feridas no local.
Uma declaração militar israelense informou que cinco foguetes foram lançados em Haifa a partir do Líbano e que interceptadores foram disparados contra eles. "Projéteis caídos foram identificados na área. O incidente está sendo analisado."
De acordo com a nota, outros 15 foguetes foram disparados contra Tiberíades, na região norte da Galileia, em Israel, alguns dos quais foram abatidos. A mídia israelense disse que outros cinco foguetes atingiram a área de Tiberíades.
A polícia afirmou que alguns prédios e propriedades foram danificados, e houve relatos de ferimentos leves, com algumas pessoas sendo levadas para um hospital próximo.
Israel também interceptou dois drones lançados no início da segunda-feira, vindos do leste, depois que sirenes tocaram nas áreas centrais de Rishon Lezion e Palmachim, disseram os militares.
Não foram fornecidos mais detalhes sobre a origem dos disparos de drones no primeiro aniversário do ataque transfronteiriço de 7 de outubro contra Israel por militantes liderados pelo Hamas que deu início à guerra em Gaza.
Enquanto isso, o Hamas atacou a capital comercial de Israel, Tel Aviv, com uma salva de mísseis, segundo o grupo, disparando sirenes nas áreas centrais do país.
Muitos israelenses, desmoralizados pelas falhas catastróficas de segurança que cercaram a incursão do Hamas em Gaza há um ano, recuperaram a confiança em seu aparato militar e de inteligência, há muito alardeado, depois de uma série de golpes mortais na estrutura de comando do Hezbollah, a principal força de representação do Irã no Oriente Médio, dentro do Líbano, nas últimas semanas.
Os subúrbios ao sul de Beirute, densamente povoados, foram novamente atingidos por ataques aéreos durante a noite, quando Israel ampliou a campanha aérea na área onde o Hezbollah tem seu quartel-general.
Israel acusa o movimento militante muçulmano xiita de ter embutido deliberadamente seus centros de comando e armamentos embaixo de prédios residenciais no centro de Beirute. O Hezbollah nega que esteja armazenando armas entre os civis.
Os ataques aéreos israelenses desalojaram 1,2 milhão de pessoas no Líbano e, à medida que a campanha de bombardeio se intensifica, muitos temem que o Líbano enfrente a vasta escala de destruição causada em Gaza pelo ataque aéreo e terrestre de Israel.
"Eu nunca imaginei que chegaríamos aqui. Israel já acabou com a Palestina e agora quer vir para cá também?", disse o libanês deslocado Mohammed Kanso.
Ele contou que está dormindo na rua há 10 dias, depois de ter sido desalojado pelas ações militares israelenses, e que não tinha dinheiro para comprar remédios para si e para seu filho.