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Por Jennifer Rigby
LONDRES (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) planeja apoiar oficialmente pela primeira vez o uso de medicamentos para perda de peso para tratar obesidade em adultos, mostrou um memorando visto pela Reuters nesta quinta-feira, marcando uma mudança em sua abordagem para tratar o problema de saúde global.
A agência da ONU também pediu estratégias para melhorar o acesso ao tratamento em países de baixa e média renda.
Mais de um bilhão de pessoas atualmente têm obesidade no mundo todo, de acordo com a OMS, e cerca de 70% delas vivem em países de baixa e média renda, estima o Banco Mundial.
Os medicamentos para obesidade extremamente populares -- o Wegovy desenvolvido pela Novo Nordisk (CSE:NOVOb) e o Zepbound da Eli Lilly -- são conhecidos como agonistas do receptor GLP-1, que imitam a atividade de um hormônio que retarda a digestão. Assim, eles ajudam as pessoas a se sentirem saciadas por mais tempo. Em ensaios clínicos, as pessoas perderam de 15% a 20% do peso corporal, dependendo do medicamento.
Os medicamentos foram lançados nos Estados Unidos e em outros países de alta renda, como Alemanha e Reino Unido.
Mas eles podem custar mais de US$1.000 por mês, e estudos sugerem que as pessoas podem ter que tomá-los pelo resto da vida para manter o peso perdido.
"A OMS vem trabalhando em um conjunto de novas recomendações para prevenção, cuidado e tratamento da obesidade em diferentes faixas etárias -- crianças, adolescentes e adultos -- desde 2022", disse um porta-voz da OMS por e-mail.
As recomendações para os medicamentos, que serão finalizadas em agosto ou setembro deste ano, incluirão "como e quando essa classe de medicamentos poderá ser integrada como um componente de um modelo de tratamento crônico que inclua intervenções clínicas e de estilo de vida".
A Eli Lilly e a Novo Nordisk não estavam imediatamente disponíveis para comentar.
Separadamente, especialistas da OMS também se reunirão na próxima semana para decidir se incluirão os medicamentos GLP-1 na lista de essenciais da agência -- tanto para tratar obesidade quanto diabetes tipo 2.
A lista de medicamentos essenciais da OMS é um catálogo de produtos que devem estar disponíveis em todos os sistemas de saúde em funcionamento. Ela pode ajudar a tornar os medicamentos mais amplamente disponíveis em países mais pobres, como especialistas dizem que aconteceu em 2002, quando os medicamentos contra o HIV foram incluídos.
Em 2023, os especialistas decidiram não adicionar medicamentos para obesidade à lista, com a OMS dizendo que mais evidências eram necessárias sobre seus benefícios clínicos a longo prazo.
No entanto, no novo memorando recomendando seu uso como tratamento, a agência diz que apoia sua inclusão na lista desta vez.
Ainda assim, a OMS levanta preocupações sobre o custo dos medicamentos e pede estudos de longo prazo sobre custo-efetividade "em todos os contextos, incluindo países de baixa e média renda".
"Os mesmos mecanismos usados em programas de acesso a medicamentos em larga escala podem precisar ser adotados" para melhorar o acesso, como preços diferenciados ou compras conjuntas, acrescenta a OMS.
Mas a organização também observa que o ingrediente ativo de um dos medicamentos mais novos, a semaglutida -- usada no Wegovy da Novo -- perderá a patente em alguns mercados no ano que vem.
Várias empresas planejam lançar versões genéricas mais baratas dos medicamentos nessa época. A liraglutida, o ingrediente ativo da geração mais antiga de medicamentos, já está disponível como um genérico de menor custo, com produtos aprovados nos EUA e na Europa, acrescenta o memorando.
(Reportagem de Jennifer Rigby)