Por Thomas Escritt
BERLIM (Reuters) - Um panfleto antissemita no ensino médio de uma escola alemã mais de três décadas atrás está no centro de uma disputa que ameaça o vice-primeiro-ministro da Baviera, Hubert Aiwanger, pouco antes da eleição regional no Estado marcada para este ano.
O panfleto, cuja existência foi originalmente notada pelo Sueddeutsche Zeitung neste sábado, faz uma paródia de uma competição nacional de história e referências jocosas sobre campos de concentração nazistas e o holocausto.
Aiwanger, de 52 anos, nega a autoria do documento feito com máquina de escrever em 1987, quando ele tinha 17 anos.
O jornal cita várias testemunhas afirmando que ele foi convocado diante de um comitê disciplinar da escola por causa panfleto, encontrado em um banheiro da escola.
“Essas são acusações sérias. O panfleto é odioso e revoltante”, disse o primeiro-ministro conservador da Baviera, Markus Söder. “As acusações têm que ser esclarecidas, e completamente."
Aiwanger lidera o partido populista Free Voters, que governa a Baviera em coalizão com a União Cristã Social (CSU (BVMF:CSUD3), na sigla em inglês) de Söder.
Anteriormente, Söder havia manifestado a intenção de renovar a aliança com o Free Voters após a eleição de outubro.
Neste sábado, Aiwanger emitiu um comunicado dizendo que não escreveu o panfleto, que uma cópia ou mais de uma cópia dele foram apenas encontradas na mochila dele, e que a pessoa que o havia feito, cujo nome ele sabe, se apresentaria por sua própria vontade.
Os líderes dos Sociais Democratas e do Partido Verde da Baviera disseram que Aiwanger precisa renunciar se ele for o autor do panfleto.
(Reportagem de Thomas Escritt)