Por Valentyn Ogirenko e Gleb Garanich
KIEV (Reuters) - A Rússia lançou várias ondas de ataques com mísseis e drones que atingiram dezenas de regiões ucranianas e mataram pelo menos quatro pessoas, informaram os militares ucranianos na manhã desta terça-feira, um dia após o maior ataque aéreo de Moscou na guerra contra sua vizinha.
Duas pessoas foram mortas quando um hotel foi "destruído" na cidade de Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia, disseram autoridades regionais. Duas pessoas morreram em ataques de drones na cidade de Zaporizhzhia, a leste de Kryvyi Rih.
Os sistemas de defesa aérea da região de Kiev foram acionados várias vezes durante a noite para repelir mísseis e drones que tinham como alvo a capital ucraniana, disse a administração militar da região no Telegram.
Testemunhas da Reuters relataram pelo menos três explosões durante a noite em Kiev.
Na segunda-feira, a Rússia lançou mais de 200 mísseis e drones, matando pelo menos sete pessoas e danificando a infraestrutura de energia em um ataque condenado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, como "ultrajante".
Analistas do Institute for the Study of War (Instituto para o Estudo da Guerra), com sede em Washington, disseram em nota no final da segunda-feira que Moscou "provavelmente não tem a capacidade industrial de defesa para sustentar ataques tão maciços em uma escala semelhante com regularidade".
Vários blogueiros militares russos, como o coletivo pró-guerra sob o nome de Rybar, chamaram os ataques de Moscou de "ato de retaliação" pela surpreendente incursão da Ucrânia no território russo - a primeira ação desse tipo desde a Segunda Guerra Mundial.
O Kremlin disse na segunda-feira que haverá uma resposta à ação da Ucrânia em Kursk, mas três semanas após a incursão, Kiev reivindica novos avanços. Moscou afirma que continua a bombardear as tropas ucranianas no local - mas ainda não consegue expulsá-las.
O tamanho dos ataques de terça-feira e seu impacto total não foram conhecidos imediatamente, mas a Força Aérea da Ucrânia disse que registrou o lançamento de vários grupos de drones e a decolagem de campos de aviação russos de bombardeiros estratégicos Tu-85 e aeronaves interceptadoras supersônicas MiG-31.
A Reuters não conseguiu verificar os relatos de forma independente. Não houve comentário imediato da Rússia.
O Kremlin nega ter como alvo civis na guerra que o presidente Vladimir Putin iniciou contra a vizinha menor da Rússia com uma invasão em grande escala em fevereiro de 2022.
(Reportagem de Valentyn Ogirenko, Gleb Garanich e Oleksandr Kozhukhar em Kiev)