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Por Gleb Bryanski e Mark Trevelyan
MOSCOU (Reuters) - O enviado dos Estados Unidos Steve Witkoff manteve conversas "úteis e construtivas" com o presidente russo, Vladimir Putin, na quarta-feira, disse um assessor do Kremlin, dois dias antes do término do prazo estabelecido pelo presidente Donald Trump para que a Rússia concorde com a paz na Ucrânia ou enfrente novas sanções.
Witkoff se reuniu com Putin por cerca de três horas em uma missão de última hora para buscar um avanço que ponha fim na guerra de três anos e meio que começou com a invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia.
O assessor de política externa do Kremlin Yuri Ushakov disse que os dois lados trocaram "sinais" sobre a questão da Ucrânia e discutiram a possibilidade de desenvolver uma cooperação estratégica entre Moscou e Washington, mas se recusou a dar mais detalhes até que Witkoff tenha se comunicado com Trump.
O enviado de investimentos russo Kirill Dmitriev, que antes cumprimentou Witkoff na chegada e passeou com ele em um parque próximo ao Kremlin, publicou nas mídias sociais: "O diálogo prevalecerá".
Não houve comentário imediato por parte dos EUA.
Trump, cada vez mais frustrado com Putin pela falta de progresso em direção à paz, ameaçou impor tarifas pesadas aos países que compram exportações russas.
Ele está exercendo pressão especial sobre a Índia, que, juntamente com a China, é um grande comprador de petróleo russo. O Kremlin afirma que as ameaças de penalizar os países que comercializam com a Rússia são ilegais.
Não ficou claro o que a Rússia poderia oferecer a Witkoff para evitar a ameaça de Trump.
Ushakov, que estava presente, disse à agência de notícias russa Zvezda: "Tivemos uma conversa muito útil e construtiva".
Ele acrescentou: "De nossa parte, em particular sobre a questão ucraniana, alguns sinais foram transmitidos. Sinais correspondentes também foram recebidos do presidente Trump".
A Bloomberg e a agência de notícias independente russa The Bell informaram que o Kremlin poderia propor uma moratória sobre os ataques aéreos da Rússia e da Ucrânia -- uma ideia que foi mencionada na semana passada pelo presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, durante uma reunião com Putin.
Tal medida, se acordada, ficaria muito aquém do cessar-fogo total e imediato que a Ucrânia e os EUA vêm buscando há meses. Mas ofereceria algum alívio para ambos os lados.
Desde que os dois lados retomaram as negociações diretas de paz em maio, a Rússia realizou seus ataques aéreos mais pesados da guerra, matando pelo menos 72 pessoas somente na capital Kiev. Na semana passada, Trump chamou os ataques russos de "repugnantes".
A Ucrânia continua atacando as refinarias e os depósitos de petróleo russos, que já foram atingidos várias vezes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse na quarta-feira que a Rússia havia atacado uma estação de bombeamento de gás no sul da Ucrânia, no que ele chamou de um golpe deliberado e cínico nos preparativos para a temporada de aquecimento no inverno. A Rússia disse que havia atingido a infraestrutura de gás que abastecia os militares ucranianos.
Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, disse na quarta-feira que é necessário um cessar-fogo total e uma cúpula de líderes. "A guerra precisa acabar e, por enquanto, isso é com a Rússia", postou ele no Telegram.