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CIDADE DA GUATEMALA (Reuters) - Um tribunal guatemalteco condenou nesta terça-feira quatro ex-funcionários e dois ex-policiais à prisão no caso de um incêndio que há oito anos causou a morte de 41 meninas e adolescentes mantidas em um abrigo estatal, onde as vítimas se queixavam de maus-tratos.
Além disso, a presidente do tribunal, Ingrid Cifuentes, ordenou a investigação do ex-presidente Jimmy Morales (2016-2020), então no poder no país centro-americano, pelo mesmo caso.
As penas de prisão para os condenados variam de seis a 25 anos, dependendo da sentença. O caso é considerado um dos mais terríveis e mortais da história recente da Guatemala.
As seis pessoas foram condenadas pelos crimes de homicídio culposo, maus-tratos a menores, violação de dever e abuso de autoridade.
A juíza disse que não tinha jurisdição para decidir sobre as acusações contra um sétimo réu, o ex-promotor infantil do Gabinete do Procurador-Geral, que se declarou inocente.
Em março de 2017, no local chamado Hogar Seguro Virgen de la Asunción, uma casa destinada a abrigar mulheres menores de idade, 56 meninas e adolescentes foram trancadas com cadeado em uma sala de aula por "mau comportamento".
Durante o confinamento e com a intenção de exigir sua libertação, várias delas supostamente atearam fogo em alguns tapetes, que foram rapidamente consumidos. Apesar dos gritos de socorro, ninguém correu para libertá-las, de acordo com testemunhas, de modo que 41 morreram e outras 15 sobreviveram com queimaduras graves.
Os condenados, que se declararam inocentes durante o julgamento, incluem quatro ex-funcionários de instituições de proteção à criança e dois ex-policiais.
"Eu sei a minha verdade e sei a verdade dos meus amigos que, infelizmente, não têm mais voz... A única coisa que eu peço à senhora, juíza, é que dê uma sentença justa, uma sentença em que a senhora possa comprovar que essas pessoas são culpadas", disse Elba Contreras, uma jovem sobrevivente, durante sua declaração ao tribunal no mês passado.
Durante o julgamento, conhecido como "Hogar Seguro", que indignou a população guatemalteca, cerca de 600 documentos, 42 relatórios de especialistas e 45 testemunhos foram apresentados como provas.
(Reportagem de Sofía Menchú)