A linha tênue entre o básico e a dependência: Uma análise da realidade brasileira

Publicado 26.09.2025, 18:25

Ontem vi um post aqui no LinkedIn sobre uma mulher erguendo um botijão de gás como se fora um troféu, sendo este fruto de mais uma medida populista do governo. Como de costume fui ler os comentários e me deparei uma chefe de RH indignada indagando o autor da postagem: "Você é contra as pessoas terem o básico?" Essa pergunta e ponto de vista, cegueira ou ativismo me deixou indignado e revela um dos dilemas mais urgentes da nossa sociedade: o que era para ser o fruto natural do trabalho se transformou em uma dependência do Estado. Mas, enquanto medidas assistencialistas se proliferam, indicadores econômicos e sociais mostram um país à beira do colapso, onde a lógica populista pode estar levando a um caminho sem volta.

O Brasil tem testemunhado um aumento expressivo no número de cidadãos que dependem de programas sociais para sobreviver. Cerca de 29% da população brasileira, aproximadamente 62 milhões de pessoas, dependem de programas de auxílio do governo, segundo dados do Cadastro Único para Programas Sociais. Embora esses programas sejam frequentemente justificados como uma forma de combater a pobreza extrema, a crítica crescente é que eles criam uma base de dependência em vez de incentivar a autonomia.

Enquanto isso, a economia parece dar sinais de esgotamento. Em 2024, os pedidos de recuperação judicial, que indicam a dificuldade das empresas em se manterem de pé, cresceram 60% em 2024 em relação a 2023 e 175,7% em comparação a 2022. Esses números refletem um ambiente econômico de alta incerteza, com empresas lutando para sobreviver em meio a burocracia e alta carga tributária. Com as empresas fechando, o mercado de trabalho encolhe, e mais pessoas se veem sem opção senão buscar o amparo estatal com recursos advindos de cada vez menor número de contribuintes, entenda-se pagadores de impostos.

O cenário de incerteza econômica e social tem outro efeito perverso: a fuga de capital e de cérebros o que enfraquece a capacidade do país de inovar, gerar empregos de alto valor e competir no cenário global.

A situação do Brasil se aproxima perigosamente do conceito da Curva de Laffer, que sugere que, a partir de um certo ponto, o aumento dos impostos não resulta em maior arrecadação. Em um contexto de aumento da dependência de auxílios e da diminuição da base econômica, a pergunta que fica é: de onde virá o sustento do Estado?

O foco deve ser a criação de um ambiente que promova a segurança, a educação de qualidade e a redução da carga tributária.

Ao invés de celebrar o "básico" provido por assistencialismo, o país precisa de um novo pacto, onde o foco seja fortalecer o cidadão para que ele possa, através do fruto de seu próprio trabalho, conquistar sua dignidade e prosperidade. O botijão de gás não é um prêmio, mas um direito fundamental que deve ser alcançado pela autonomia e não pela dependência.

A verdadeira vitória será quando a celebração for pela oportunidade e não pela caridade.

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