“O Sell-off de ontem possui características típicas de um cenário de volatilidade”.
Repetimos o literal início de nosso relatório de ontem, pois explica com precisão o que tem acontecido com os ativos de mercado financeiro nos últimos dias, embebidos em incertezas, com a percepção cada vez mais arriscada de uma recessão e de juros globais mais altos.
Neste cenário, a ata da última reunião do COPOM trouxe o alento daqueles que já cumpriram seu papel e agora aguardam que os efeitos defasados da política monetária ajam na economia, especialmente na atividade econômica.
O comitê inclusive deixou em aberto a possibilidade de rever tal postura mais dura, caso efetivamente a economia global responda recessivamente com maior velocidade, facilitando assim seu trabalho na condução da política monetária.
Os cenários de referência se mostram melhor ancorados e apesar de toda a volatilidade global, a permanência dos juros nos patamares atuais preserva a vantagem comparativa do Brasil em relação à taxa de outros países.
No exterior, a situação não parece nada resolvida e os temores da necessidade de atuações mais severas dos Bancos Centrais cresce a cada indicador difuso de atividade econômica e inflação, como o CPI a ser divulgado na Alemanha e Zona do Euro até o final da semana, diferentes da surpresa positiva do IPCA-15 ontem.
A situação britânica também não é nada fácil, com os rompantes estranhos de Liz Truss levando a uma percepção fiscal muito negativa e uma pressão forte nos títulos britânicos, ao ponto do BoE anunciar o adiamento do QT (Aperto Quantitativos – venda de títulos da carteira do BoE).
Não só o QT foi adiado, como a autoridade econômica realizará compras temporárias de títulos de longo prazo do Reino Unido, retomando o QE (Alívio Quantitativo – Quantitative Easing) na tentativa de aliviar o mercado de títulos.
Semelhante ao que ocorre em países emergentes, a insegurança fiscal britânica tem levado aos investidores demandarem maior prêmio nas curvas de juros, em meio aos desafios de recessão e inflação que a ilha e o velho continente sofrem.
Não muito diferente ocorre nos EUA, com o rompimento dos 4% nas Treasuries de 10 anos durante a sessão na Ásia e sinais hawkish dos banqueiros do Fed.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, ainda com cautela, som a soma das incertezas se avolumando no mundo.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, puxados pelos temores e incertezas globais, liderando a queda Hong Kong.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, à medida que o furacão Ian ameaça a oferta no Golfo do México e o peso do dólar.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,36%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,38 / -0,21 %
Euro / Dólar : US$ 0,96 / -0,427%
Dólar / Yen : ¥ 144,56 / -0,062%
Libra / Dólar : US$ 1,07 / -0,429%
Dólar Fut. (1 m) : 5384,50 / -0,58 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,60 % aa (-0,37%)
DI - Janeiro 24: 12,78 % aa (-1,31%)
DI - Janeiro 26: 11,47 % aa (-1,88%)
DI - Janeiro 27: 11,55 % aa (-1,24%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,6762% / 108.376 pontos
Dow Jones: -0,4300% / 29.135 pontos
Nasdaq: 0,2460% / 10.830 pontos
Nikkei: -1,50% / 26.174 pontos
Hang Seng: -3,41% / 17.251 pontos
ASX 200: -0,53% / 6.462 pontos
ABERTURA
DAX: -1,336% / 11977,53 pontos
CAC 40: -1,023% / 5694,96 pontos
FTSE: -1,361% / 6889,56 pontos
Ibov. Fut.: -0,63% / 108927,00 pontos
S&P Fut.: -0,39% / 3646,75 pontos
Nasdaq Fut.: -1,491% / 11246,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,06% / 110,52 ptos
Petróleo WTI: 0,33% / $78,76
Petróleo Brent: 0,35% / $86,57
Ouro: -0,73% / $1.629,88
Minério de Ferro: -2,44% / $94,85
Soja: -0,67% / $1.398,00
Milho: -0,37% / $665,75
Café: -0,96% / $222,55
Açúcar: -0,38% / $18,15