Hoje vou falar sobre o que não está no preço das ações e sobre uma ótima oportunidade para obter bons retornos nos investimentos em ações daqui para frente.
Essa primeira onda de valorização na Bolsa de Valores impactou as grandes empresas que fazem parte do Ibovespa, especialmente o chamado “kit Brasil”, que é formado pelas empresas estatais (Petrobras (SA:PETR4), Banco do Brasil (SA:BBAS3), Eletrobras (SA:ELET3) e Cemig (SA:CMIG4), somente para citar as principais).
O Ibovespa acumula alta de 13,7% em 2018, com valorização de 9,5% apenas no mês de outubro. O mercado parece ter antecipado a vitória do presidente eleito Jair Bolsonaro e o Ibovespa já está precificado ao redor dos 87 mil pontos.
O volume médio diário negociado no Ibovespa no mês chegou aos R$ 13 bilhões, aumento de 30% sobre a média de 2018. Na sexta-feira antes das eleições e no pregão logo após a vitória do candidato do PSL, o volume negociado foi expressivo de R$ 16,2 bilhões e R$ 19,7 bilhões, respectivamente.
Porém, mais uma vez valeu a máxima sobre o mercado que “sobe no boato e depois cai no fato”, pois o Ibovespa fechou em queda de 2,24% na segunda-feira (29/out) após as eleições, o clássico movimento de realização de lucros e mudança de posições por parte dos investidores na Bolsa de Valores.
Muitos investidores, eu inclusive, esperavam que o Ibovespa pudesse atingir os 90 mil pontos logo após as eleições.
E agora?
Como dizia um sábio estagiário da Fator Corretora: “Agora já foi, e depois?”
Acredito que daqui para a frente, as ações small caps, quase uma segunda linha do ibovespa, podem garantir melhores ganhos no futuro. Essas ações são menos líquidas, tem menor valor de mercado e são menos acompanhadas pelo mercado/investidores.
Existe até mesmo um índice da Bolsa (B3) para as ações small caps, o SMLL. Clique para saber a composição da carteira SMLL.
O SMLL apresenta desempenho bastante inferior ao IBOV no acumulado de 2018: aumento de 0,7% em comparação com a alta de 13.7% do Ibovespa. Isso porque as ações small caps demoram mais reagir do que as “blue chips” (grandes companhias como Itaú (SA:ITUB4), Vale (SA:VALE3) e Petrobras).
Como diria Howard Marks, gestor de recursos da Oaktree International, na sua clássica carta “It is not easy” (não é fácil) sobre a segunda linha (derivada) de pensamento no mundo dos investimentos:
“Para que o desempenho da sua carteira de ações seja diferente da média, as suas expectativas de retorno também precisam ser diferentes. É necessário acertar mais do que o consenso de mercado.” Aqui está o texto original de Howard Marks.
Portanto, é preciso ir além do pensamento simples e superficial quando se trata de investimento em ações. O pensamento da segunda derivada em investimento é profundo, complexo e nada trivial.
Aqui, destaco um excelente exemplo da diferença entre as derivadas de pensamento. Na primeira derivada: “A empresa é boa, tenho que comprar as ações”. A segunda derivada é: “A empresa é boa, mas o mercado todo também pensa que a empresa é boa, quando na verdade ela não é, portanto, as ações estão sobrevalorizadas e é necessário vender as ações”.
O investimento em ações em small caps requer mais disciplina, conhecimento e paciência, pois o horizonte de investimento precisa ser mais longo.
O momento é bastante favorável para se investir em ações devido a três fatores: i) aumento da alocação de recursos em ações; ii) fluxo de investidores estrangeiros e aumento do volume negociado diário na Bolsa de Valores e; iii) crescimento do lucro das empresas (efeito mola comprimida).
Existem três maneiras simples para investir e surfar a onda das small caps: i) fundos de investimento em ações; ii) estratégia passiva através de fundo ETF (Exchange Traded Funds) SMAL11 e; iii) carteira de ações de small caps, com gestão ativa.
Algumas empresas já foram small caps e não faziam parte do Ibovespa: CVC (SA:CVCB3), B2W (SA:BTOW3), Magazine Luiza (SA:MGLU3) e Via Varejo (SA:VVAR11). Qual será a próxima?