Aquilo que observamos no IPCA de ontem é onde querem que a inflação nos EUA sinalize em breve, um alívio consistente em itens nos quais a pressão foi responsável pelos disparates recentes, como alimentação, habitação e transportes, apesar de ainda se observar altas de inflação subjacente.
Por aqui, este último IPCA não deve se repetir no próximo bimestre, os quais ainda conta com pressões sazonais e a possibilidade de elevação do preço dos combustíveis pela Petrobrás, em meio à disparidade com os preços internacionais.
A aprovação da PLP de redução de impostos, ao seguir o tempo regimental, estará provavelmente em ação entre agosto e setembro, ou seja, dificilmente será possível preservar o preço atual dos combustíveis com o petróleo na faixa de $ 120 o barril.
Ainda assim, podemos contar com a chegada do tão esperado pico da inflação no Brasil, o que ocorreu no mês passado, quando o IPCA anual atingiu 12,13%, acompanhado de uma postura mais suave do Banco Central, quanto à política monetária, ou seja, paga os 50 bp prometidos e encerra o ciclo na próxima semana.
Eis o ponto para a inflação ao varejo nos EUA hoje, o CPI, onde apesar de projetar uma elevação marginal forte, 0,7%, acima da nossa inflação, com taxa em 12 meses aos 8,3%, aguarda-se um sinal de que o topo deve chegar ou estar próximo.
Existe uma enorme dose de wishful thinking, ou seja, de boa vontade por parte do Fed e de alguns analistas americanos, afinal, o pouco que foi feito em termos de juros e que deve ser repetido na próxima semana não pode ser considerado suficiente para debelar a pressão nos índices.
O que muitos citam é a possibilidade de alívio no preço internacional das commodities e redução das pressões do atacado, com as reaberturas ocorrendo na China, mas tudo isso ainda é repleto de eventos de baixa previsibilidade.
Ou seja, assim como no passado, há uma torcida organizada por uma descompressão não forçada da inflação, as quais demandam a resolução de eventos de natureza imponderável.
A China apresentou estabilidade na inflação ao varejo em maio e redução das pressões ao atacado, todavia, a tensão dos mercados continua, pois ontem foram anunciadas novas restrições em Shanghai, dificultando a retomada da atividade.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pela inflação nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, exceto o Shanghai, mesmo após novas partes de Shanghai receberem novas restrições à Covid.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e prata.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, apesar de mais uma restrição imposta em partes de Shanghai.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,72%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,9069 / 0,16 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / -0,122%
Dólar / Yen : ¥ 133,80 / -0,424%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,312%
Dólar Fut. (1 m) : 4931,08 / 0,24 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,37 % aa (-1,33%)
DI - Janeiro 24: 13,00 % aa (-1,70%)
DI - Janeiro 26: 12,44 % aa (-1,11%)
DI - Janeiro 27: 12,47 % aa (-1,03%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,1756% / 107.094 pontos
Dow Jones: -1,9389% / 32.273 pontos
Nasdaq: -2,7472% / 11.754 pontos
Nikkei: -1,49% / 27.824 pontos
Hang Seng: -0,29% / 21.806 pontos
ASX 200: -1,25% / 6.932 pontos
ABERTURA
DAX: -1,490% / 13987,23 pontos
CAC 40: -1,510% / 6262,44 pontos
FTSE: -1,335% / 7376,39 pontos
Ibov. Fut.: -0,99% / 107418,00 pontos
S&P Fut.: -0,08% / 4013 pontos
Nasdaq Fut.: 0,206% / 12297,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,13% / 136,43 ptos
Petróleo WTI: 0,58% / $122,22
Petróleo Brent: 0,55% / $123,75
Ouro: -0,30% / $1.841,88
Minério de Ferro: -1,64% / $139,40
Soja: -0,54% / $1.758,75
Milho: -0,71% / $767,25
Café: -1,02% / $232,15
Açúcar: -0,52% / $19,19