O fechamento nas bolsas asiáticas foi pesado na madrugada, com o Hang Seng chegando a superar 6% de queda, em um contexto de temores renovados com o impacto da política chinesa contra o Covid na inflação e no crescimento global.
A perspectiva de piora do choque de oferta cresce a cada dia, dada a insanidade da política adotada por Pequim de pseudo-controle da doença, ao mesmo tempo em que relata que a capital pode estar “há semanas sofrendo contaminação não detectada” e que, oficialmente, o número de óbitos é muito baixo.
Insistimos aqui no tema há muito tempo, porém parte do mercado financeiro acabou por “ignorar momentaneamente” tal contexto, mais ou menos como os bancos centrais de economias centrais o fizeram com a inflação, esperando que a situação se resolvesse sozinha, porém não foi o que aconteceu.
O tema inflacionário é ‘democrático’ e atinge indiscriminadamente a todos, com o impacto inversamente proporcional à renda da população, ou seja, onde quer que estejamos no mundo, os mais pobres sempre serão os mais atingidos.
Para os investidores, o fluxo de investimentos para mercados emergentes como vimos até há poucas semanas começa a ganhar sérios contornos de pausa, em meio às incertezas do impacto global das políticas de juros mais altos e em como isso pode se refletir em termos de atividade econômica e crescimento, mesmo considerando mercados como o Brasil um importante hedge inflacionário.
O mais impressionante no curto prazo é que há uma descompressão de diversas commodities como reação à perspectiva de crescimento econômico mais fraco, em especial as energéticas, dado o atual cenário, porém nem isso e nem o Real valorizado ainda impactaram nossa inflação de forma a demonstrar menor pressão.
Agora que os temores estão também se refletindo nos resultados das empresas, a cobrança para que os bancos centrais reajam é grande e no caso brasileiro, a situação é ainda mais pesada, pois além de largar na frente no pesado aperto, nosso BC sequer ainda sentiu os efeitos dos primeiros apertos promovidos lá atrás.
Somente esta semana, nos EUA serão divulgados 160 balanços corporativos, com destaque para Coca-Cola Co (NYSE:KO) (SA:COCA34), Whirlpool, Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL35), a controladora do Google, Meta Platforms (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) a controladora do Facebook e Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34).
Localmente, a Usiminas (SA:USIM5) deflagrou o início da temporada com destaque ao Santander (SA:SANB11), Neoenergia SA (SA:NEOE3), Weg (SA:WEGE3), Oi (SA:OIBR3), Vale (SA:VALE3), Gol (SA:GOLL4), Embraer (SA:EMBR3) e Multiplan (SA:MULT3).
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com os temores de sinais mais hawkish dos bancos centrais.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com medidas de COVID e seguindo NY.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro, cobre e prata.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com temores de recessão global, após os sinais dos BCs.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 5,67%
Câmbio
Dólar à vista : R$ 4,7961 / 3,77 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / -0,491%
Dólar / Yen : ¥ 128,17 / -0,234%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / -0,818%
Dólar Fut. (1 m) : 4841,31 / 4,54 %
Juros futuros (DI)
DI - Janeiro 23: 13,04 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 24: 12,70 % aa (0,28%)
DI - Janeiro 26: 11,97 % aa (1,06%)
DI - Janeiro 27: 11,98 % aa (1,57%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,8565% / 111.078 pontos
Dow Jones: -2,8206% / 33.811 pontos
Nasdaq: -2,5455% / 12.839 pontos
Nikkei: -1,90% / 26.591 pontos
Hang Seng: -3,73% / 19.869 pontos
ASX 200: -1,57% / 7.473 pontos
ABERTURA
DAX: -1,648% / 13909,08 pontos
CAC 40: -2,374% / 6425,16 pontos
FTSE: -2,116% / 7362,55 pontos
Ibovespa Futuros.: -2,98% / 112641,00 pontos
S&P 500 Futuros.: -0,79% / 4233,75 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: -0,665% / 13261,75 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -1,91% / 126,57 ptos
Petróleo WTI: -3,99% / $98,00
Petróleo Brent: -4,12% / $102,26
Ouro: -0,77% / $1.915,50
Minério de ferro: -2,64% / $154,13
Soja: -1,11% / $1.698,00
Milho: -0,50% / $791,75
Café: -0,40% / $226,40
Açúcar: -1,14% / $18,98