O sentimento do mercado ontem superou em muito a perspectiva com o PIB negativo nos EUA, onde o principal destaque foi o consumo abaixo das expectativas, decréscimo trimestral e inflação do PCE mais alta.
Mesmo assim, o mercado e seus analistas conseguiram relativizar o peso dos resultados da atividade econômica nos EUA e se voltar ao lado positivo, afinal, ainda que abaixo das expectativas, o consumo continua elevado, o desemprego está próximo da sua plenitude e a realidade dura mesmo se concentra na inflação.
O problema observado continua a ser o impacto no atacado, o que se pode ser observado nos dados de inflação no mundo todo, em especial na Europa, onde a Alemanha registou ontem um CPI de 0,8%, acima dos 0,5%, jogando o índice anual para 7,4% e núcleo aos 7,8% e França 0,5%, ante expectativa de 0,2%, 5,4% 12 meses.
No computo total, a Zona do Euro observou inflação de 0,6%, 7,5% em 12 meses e para um continente que passou décadas seguidas com taxas consideravelmente baixas, os atuais resultados reforçam a preocupação da perda do poder de compra e dos impactos de longo prazo.
O bloco sequer pode reclamar daquilo que o BCE usa de subterfugio para evitar tomar decisões mais firmes de combate à inflação, o crescimento econômico, afinal, registrou PIB de 0,2% no primeiro trimestre, com 5% em 12 meses, com a Alemanha registrando 0,2% e 4% em 12 meses.
Isso tudo em meio ao cenário desafiador de março, com a invasão russa à Ucrânia e o aumento dos lockdowns na China, ou seja, a situação poderia ter sido consideravelmente pior neste momento.
Em resumo, os elementos disruptivos para um combate sério e maduro da inflação por parte dos Bancos Centrais existe, porém as políticas adotadas até agora impedem que tal atuação seja feita como demanda a realidade.
Os resultados de Apple (NASDAQ:AAPL), o qual apesar do crescimento considerável neste trimestre, continua preocupada com os impactos da ruptura da cadeia de suprimentos e a Amazon (NASDAQ:AMZN), com perdas trimestrais, assustando os investidores.
Honeywell, Bristol-Myers Squibb, Exxon Mobil (NYSE:XOM), Chevron (NYSE:CVX) e Phillips 66 (NYSE:PSX) divulgam resultados hoje e na agenda macro, PNAD no Brasil e dados atrasados divulgados pelo Bacen e nos EUA, os desagregados do PIB, especialmente a inflação do PCE.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, divididos entre resultados corporativos acima do projetado na Europa e da Amazon mais fraco.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, disparando com novos estímulos da China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao cobre e minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, na expectativa de novos estímulos na China.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,53%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,9423 / -0,53 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / 0,657%
Dólar / Yen : ¥ 130,20 / -0,413%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / 0,843%
Dólar Fut. (1 m) : 4966,93 / 0,18 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,03 % aa (0,04%)
DI - Janeiro 24: 12,59 % aa (0,36%)
DI - Janeiro 26: 11,86 % aa (-0,08%)
DI - Janeiro 27: 11,84 % aa (-0,29%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,5209% / 109.919 pontos
Dow Jones: 1,8451% / 33.916 pontos
Nasdaq: 3,0635% / 12.872 pontos
Nikkei: 1,75% / 26.848 pontos
Hang Seng: 4,01% / 21.089 pontos
ASX 200: 1,06% / 7.435 pontos
ABERTURA
DAX: 0,808% / 14092,86 pontos
CAC 40: 0,600% / 6547,18 pontos
FTSE: 0,142% / 7519,84 pontos
Ibov. Fut.: 0,30% / 111250,00 pontos
S&P Fut.: -0,86% / 4246,75 pontos
Nasdaq Fut.: -1,031% / 13302,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,82% / 130,22 ptos
Petróleo WTI: 1,26% / $106,69
Petróleo Brent: 1,63% / $109,34
Ouro: 1,15% / $1.917,20
Minério de Ferro: 2,36% / $146,00
Soja: 1,23% / $1.727,50
Milho: 0,46% / $819,75
Café: 0,90% / $217,90
Açúcar: 0,67% / $19,55