Entre os grandes eventos trazendo pressão e volatilidade no mundo, certamente o lockdown na China está entre os piores, devido às consequências tanto sanitárias, quanto econômicas, devido ao choque de ofertas.
Por isso, após um período de comemoração com as reaberturas em cidades chinesas, a notícia de novas restrições em parte de Shanghai devido à COVID-19 atingiu fortemente os mercados asiáticos.
Sequer a força da balança comercial chinesa, muito acima das projeções dos analistas, com forte crescimento das exportações e importações foi suficiente para evitar uma deterioração do sentimento dos investidores.
As exportações na China subiram16,9% aa em maio, acima das expectativas de 8%, tendo o mesmo ocorrido em Yuans, enquanto as importações também ficaram acima do esperado, 4,1% contra expectativas de alta de 2,8%.
Resta agora aos investidores aguardar os sinais emitidos pela China quanto ao problema e o quanto isso pode afetar a perspectiva de retomada da atividade econômica, de forma a reduzir o impacto da inflação ao atacado no globo.
Ainda no exterior, as atenções se voltam à decisão de juros na Zona do Euro, onde a expectativa de um discurso mais “duro” quanto ao tapering, se choca com as projeções de nenhuma movimentação de taxas, ao menos nesta reunião.
Sem grandes surpresas, quando comparado com as ações mais recentes do BCE e seus membros, entre discursos desencontrados e pouca efetividade, qualquer sinal de que os eventos necessários a ocorrer se tornaram realidade serão recebidos como super Hawkish.
Localmente, as atenções se voltam ao IPCA e à perspectiva de que chegamos ao topo da inflação no Brasil, ainda que nossas projeções já apontem para uma possível taxa superior à atual para os meses de junho e julho, arrefecendo após estes meses.
A perspectiva de arrefecimento vem na maioria dos itens que tem causado grande parte das pressões inflacionárias no curto prazo, como alimentação, transportes e habitação e parte disso deve permanecer nos próximos meses.
A redução do ICMS, caso ocorra em tempo hábil e nos itens mencionados, pode impactar em uma queda de 2% nas projeções atuais e facilitar o trabalho do Bacen.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pela decisão de juros na Zona do Euro e inflação nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, exceto o Nikkei, após partes de Shanghai começaram a impor novas restrições à Covid.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao cobre e platina.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, após mais uma restrição imposta em partes de Shanghai.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,21%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,8713 / 1,61 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / 0,178%
Dólar / Yen : ¥ 133,75 / 0,882%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,413%
Dólar Fut. (1 m) : 4903,71 / 1,42 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,55 % aa (0,63%)
DI - Janeiro 24: 13,21 % aa (0,99%)
DI - Janeiro 26: 12,58 % aa (1,74%)
DI - Janeiro 27: 12,60 % aa (1,61%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,1054% / 110.070 pontos
Dow Jones: 0,8031% / 33.180 pontos
Nasdaq: 0,9440% / 12.175 pontos
Nikkei: 1,04% / 28.234 pontos
Hang Seng: 2,24% / 22.015 pontos
ASX 200: 0,36% / 7.121 pontos
ABERTURA
DAX: -0,514% / 14481,85 pontos
CAC 40: -0,684% / 6455,86 pontos
FTSE: -0,278% / 7577,84 pontos
Ibov. Fut.: -0,27% / 110225,00 pontos
S&P Fut.: -0,45% / 4140 pontos
Nasdaq Fut.: -0,384% / 12665,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,59% / 137,22 ptos
Petróleo WTI: 1,26% / $120,92
Petróleo Brent: 1,27% / $122,10
Ouro: -0,08% / $1.850,70
Minério de Ferro: 0,30% / $145,05
Soja: 1,39% / $1.752,50
Milho: 1,09% / $765,50
Café: 0,67% / $233,70
Açúcar: -0,26% / $18,92