No correr de junho, o Cepea captou menor volume de açúcar negociado no spot e também para contratos. As estimativas de uma safra 2018/19 mais alcooleira têm se refletido nos preços do açúcar cristal negociado no spot do estado de São Paulo. O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 4,79% em junho, fechando a R$ 58,40/saca de 50 kg no dia 29. A média mensal foi de R$ 57,80/saca de 50 kg, 6,5% superior à de maio (R$ 54,27/saca de 50 kg), mas 20% abaixo da de junho/17 (R$ 72,25/saca de 50 kg), em termos nominais. O Indicador de Açúcar Cristal ESALQ/BVMF – Santos acumulou alta de 7,01% em junho, fechando a R$ 59,53/saca de 50 kg no dia 29. A média mensal deste indicador foi de R$ 58,67/saca de 50 kg, 7,13% superior à de maio/18 (R$54,77/saca de 50 kg), porém, 17,16% abaixo da média de junho/17 (R$ 70,82/saca de 50 kg), em termos nominais.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), as cotações do demerara oscilaram em junho. A retração na produção de açúcar no Centro-Sul brasileiro foi fator de sustentação de preços, enquanto a forte valorização do dólar frente ao Real pressionou os valores, uma vez que estimulou as exportações. Somando-se aos fatores baixistas, a boa produção em outros países, como Índia e Tailândia, e no bloco europeu deverá confirmar o superávit global de açúcar. A Green Pool elevou sua projeção para excedente de 19,56 milhões de toneladas na atual safra mundial de 2017/18.
Cálculos do Cepea indicaram que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 5,3% a mais que as externas em junho. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Julho/18 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York, prêmio de qualidade estimado em US$ 58,57/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 54,53/tonelada.
Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,71 milhão de toneladas em junho/18, volume 6% menor que o de maio/18 (1,81 milhão de toneladas) e 35% inferior ao de junho/17 (2,64 milhões de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas 221,5 mil toneladas em junho/18, volume 21,4 % inferior ao de maio/18 (281,8 mil toneladas) e 51,1% menor que o de junho/17 (452,8 mil toneladas).
O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.101,2/t em junho/18, 1,4% maior que maio/18 (R$ 1.085,4 /t), mas 17,9% inferior ao de junho/17 (R$ 1.340,8/t). Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.284,2 /t, alta de 6,7% em relação a maio/18 (R$ 1.203,7/t), mas baixa de 12,2% em comparação com junho/17 (R$ 1.462,5/t), em termos nominais. A receita com a exportação de açúcar foi de R$ 2,16 bilhões em junho/18, respectivas baixas de 6% e de 48,5%.
PRODUÇÃO – Segundo a Unica, no acumulado da atual temporada 2018/19 (de abril/18 até a primeira quinzena de junho/18), a produção de açúcar na região Centro-Sul totalizou 7,47 milhões de toneladas, 7,83% a menos que em igual período da safra anterior. Em São Paulo, usinas produziram 5,326 milhões de toneladas, 5,33% abaixo do volume da temporada 2017/18.
NORDESTE – Na primeira semana do mês, o ritmo dos negócios esteve aquecido e os preços, em alta, influenciados pela elevação nos valores dos fretes e também do adoçante em Goiás. A partir da segunda semana até o final de junho, apesar do produto estar com a oferta cada vez mais restrita, a demanda se retraiu, já que vários compradores já estavam abastecidos no início do mês. Quanto aos preços, continuaram firmes.
Em junho, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco teve média de R$ 66,22/sc de 50 kg, alta de 9,09% em comparação com maio/18 e recuo de 15,64% frente a junho/17, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 63,71/sc, 2,89% maior que em maio/18 e 22,51% abaixo do de junho/17, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 52,95/sc, alta de 4,79% na comparação com maio/18 e queda de 17,89% frente a junho/17.
De acordo com o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), apesar de a safra 2017/18 ter sido encerrada em abril, as exportações de açúcar do estado continuam sendo realizadas. Desde o início da safra (em setembro e outubro/17) até junho/18, segundo relatório da Empresa Alagoana de Terminais (Empat), mais de 767 mil toneladas de açúcar do tipo VHP deixaram o porto de Maceió. O açúcar alagoano foi exportado para oito países (Argélia; Canadá, Rússia, Estados Unidos, Tunísia, Venezuela, Reino Unido e Croácia).