Os embarques brasileiros de açúcar cristal vêm remunerando mais que as negociações no mercado spot de São Paulo há duas semanas, de acordo com cálculos do Cepea. Segundo pesquisadores, esse cenário – que foi sustentado especialmente pelo dólar elevado – poderia ter impulsionado as cotações domésticas da commodity, visto que usinas vêm direcionando maior quantidade de cristal para as exportações, reduzindo a disponibilidade interna. No entanto, a demanda no spot paulista ainda não tem mostrado sinais de aquecimento. Cálculos do Cepea mostram que, na semana passada, as exportações remuneraram 8,23% a mais do que as vendas no spot paulista. Quanto ao preço interno, nessa segunda-feira, 18, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, fechou a R$ 73,68/saca de 50 kg, queda de 3% no acumulado parcial deste mês (até o dia 18).
ETANOL: PROCURA DIMINUI, MAS COTAÇÕES SEGUEM FIRMES HÁ TRÊS SEMANAS
Mesmo com o enfraquecimento da demanda, o preço do etanol hidratado se sustentou no mercado paulista pela terceira semana seguida. Segundo colaboradores do Cepea, agentes de usinas seguiram firmes nos valores de venda, em função do comportamento ainda indefinido dos preços neste começo de temporada na região Centro-Sul – poucas unidades estiveram ativas no mercado spot na última semana. No geral, incertezas quanto aos reflexos da pandemia de coronavírus sobre o consumo de biocombustíveis e o preço do petróleo no mercado internacional preocupam o setor como um todo. Segundo levantamento, o volume de etanol hidratado negociado na semana passada e captado pelo Cepea registrou fortes reduções de 37,6% na comparação com o do período anterior e de 76% na comparação com a semana equivalente de 2019. Quanto aos preços, entre 11 e 15 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 1,3931/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), alta de 0,77% em relação ao do período anterior. O Indicador CEPEA/ESALQ do anidro foi de R$ 1,5424/litro (sem PIS/Cofins), ligeiro aumento de 0,55% no mesmo comparativo.
TRIGO: OFERTAS GLOBAL E NACIONAL DEVEM AUMENTAR; SEMEIO AVANÇA NO PARANÁ
As estimativas brasileira e mundial de trigo seguem otimistas. No Brasil, os preços atrativos devem resultar em maior área alocada à cultura. No Paraná, o semeio alcançou mais de 1/3 da área prevista, e as lavouras apresentam boas condições. Dados da Conab apontam que, por enquanto, a área de trigo no País deve ser de 1,09 milhão de hectares, 2,4% maior que a da temporada anterior. As áreas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina devem se manter estáveis, enquanto a do Paraná deve crescer 5,5%. Em temos mundiais, dados do USDA sinalizam que a produção de trigo deve aumentar, assim como o consumo, as vendas e os estoques do cereal – a produção mundial está prevista em 768,5 milhões de toneladas – novo recorde –, aumento de 0,5% frente à do ano anterior. Quanto aos preços, seguem em alta no Brasil, influenciados pela baixa oferta doméstica. Diante disso, as médias continuam renovando as máximas nominais da série histórica do Cepea.