👀 Copie as carteiras dos bilionários em um cliqueCopie grátis

Açúcar Terá Força para Superar Máxima de 4 Anos e Seguir em Alta?

Publicado 11.08.2021, 10:36
SB
-

Publicado originalmente em inglês em 11/08/2021

O dilema de todas as pessoas que estudam um mercado que disparou sem elas é o seguinte: será que ainda dá tempo de entrar na festa sem se arrepender? Para o ​​açúcar, a resposta parece ser sim.

É possível que o mercado registre novas máximas, de acordo com os fundamentos e os gráficos técnicos, apesar de já ter subido 26% no ano. De fato, a corrida no açúcar é um dos ralis mais longos no complexo de commodities, ficando apenas dois meses no negativo nos últimos dezesseis.

O cerne da história no açúcar está no clima, principalmente no Brasil, um dos maiores produtores e exportadores mundiais do produto.

A peculiaridade da oferta de açúcar no Brasil se deve à posição de outro grande produtor do adoçante – a Índia – que mal consegue atender sua própria demanda.

Açúcar diário

Gráficos: cortesia de SK Dixit Charting

O Brasil superou a Índia como maior produtor de açúcar na safra de 2019-2020, quando produziu 29,93 milhões de toneladas. O USDA, Departamento de Agricultura dos EUA, prevê que a produção de açúcar no Brasil subirá mais de 40% em 2020-2021, para mais de 42 milhões de toneladas.

Clima extremamente frio

O problema com a previsão do USDA é que ela foi divulgada antes de o clima ficar extremamente frio nas áreas de cultivo no Brasil, logo após uma estiagem.

Jack Scoville, analista-chefe do Price Futures Group, de Chicago, disse em nota na terça-feira que a restrição de oferta de açúcar no Brasil por causa do clima não deve se resolver rapidamente.

“As temperaturas melhoraram no Brasil”, afirmou Scoville. “Mas os danos causados pelos episódios anteriores de geada e estiagem devem aparecer no processamento de dados de agosto”.

Açúcar semanal

Pierre Santoul, CEO no Brasil da Tereos SCA, grupo francês de açúcar, afirmou que a moagem de cana-de-açúcar da companhia poderia atingir seu menor nível desde a safra 2009-10, para 16,6 milhões de toneladas. Isso representaria uma queda de 21% em relação ao volume de 20,9 milhões esmagado em 2020-21, afirmou o executivo em entrevista à Bloomberg.

Mesmo com usinas acelerando a colheita para evitar maiores perdas, a extensão da queda de qualidade ainda é desconhecida, sugerindo que mais rebaixamentos das projeções para a safra são possíveis, disse Santoul.

Os problemas climáticos têm gerado revisões das estimativas de produção no Centro-Sul para níveis tão baixos quanto 490 milhões de toneladas, o que representaria queda de 19% em relação à safra anterior, de acordo com a Bloomberg. Na segunda quinzena de julho, o teor de açúcar na cana na região caiu na comparação com o ano anterior. A produtividade da cana encolheu 18%, segundo relatório da Unica na terça-feira.

Além das geadas, a maior parte dos canaviais do Centro-Sul apresentam níveis de água do solo abaixo de 10% frente ao mínimo de 60% exigido para o desenvolvimento das lavouras, segundo a Somar Meteorologia.

Açúcar mensal

Santoul afirmou que o cenário sombrio pode ser desanuviado se o clima melhorar até outubro e trazer volumes de chuvas normais nos meses seguintes.

Preços do açúcar podem continuar em alta nos próximos 18 meses

Embora a previsão climática tenha melhorado, a projeção de Santoul para o plantio tendia para o pessimismo, já que, em sua avaliação, as piores condições climáticas em décadas no Brasil iria piorar o cenário de uma oferta global já apertada, com efeitos duradouros nos preços, que já estão nas máximas de 2017.

Por isso, os preços elevados do açúcar poderiam durar até 18 meses, declarou Santoul, complementando:

“Estamos entrando em um ciclo de alta dos preços da commodity”

No pregão de terça-feira na InterContinental Exchange, o contrato futuro mais negociado do açúcar em bruto atingiu 19,62 centavos por libra-peso, valor mais alto desde o pico de março de 2017 a 19,84.

Até onde o açúcar pode subir a partir de agora é a pergunta mais importante para quem avalia uma compra do produto.

A resposta pode estar nos aspectos técnicos levantados por Sunil Kumar Dixit, que mostram um potencial de alta até a máxima recorde de outubro de 2016 a 23,90 centavos, se a atual linha de tendência de alta não for rompida.

Segundo Dixit:

 “O açúcar confirmou sua resistência a 18,94 centavos, com forte momentum e bastante vigor acima de 19,50 no gráfico mensal”.

 É possível nova máxima recorde

Dixit afirmou que o Índice Força Relativa do açúcar também sinalizava alta por estar posicionado ao nível de 84/80, apresentando um cruzamento de baixo para cima da linha de 80, o que sugere a continuidade do movimento de alta para a região entre 20,50 e 21,50 centavos.

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para oferecer aos leitores uma variedade de análises sobre os mercados. A bem da neutralidade, ele apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.