Ação escolhida por IA avança neste mês na B3, na contramão da baixa do Ibovespa
Sinais de convalescência
Já se vão quatro dias que mal saio de casa, acometido por alguma virose genérica. Pelo menos agora, transcorridos dois dias de antibiótico, a febre cedeu e o ânimo começa a voltar.
Não sou o único alemão doente que mostra sinais de convalescência hoje. Mercados europeus reagem positivamente a declarações do CEO do Deutsche Bank, que afastou por enquanto a necessidade de um aumento de capital. O fato de ter anunciado a venda de sua unidade de seguros no Reino Unido, por 1,2 bilhão de dólares, certamente também ajuda.
Que o banco não precisa de recursos por enquanto, todos sabemos. A questão toda gira em torno dos litígios nos EUA, que ainda não encontraram desfecho e, provavelmente, pairarão sobre a instituição como a espada de Dâmocles por algum tempo.
A propósito, a venda da operação de seguros gerará uma perda para o Deutsche, que a vendeu por valor inferior ao que informava em seu balanço. Quanta vontade de vender, hein? Até parece que queria apenas sinalizar que tem de onde tirar dinheiro - longe de mim insinuar isso...
Eu me sinto melhor. Espero não ser aquela melhoradinha após a qual se volta a piorar. Melhor seguir acompanhando os sinais vitais.
De novo isso?
Se o ritmo de criação de vagas de emprego nos EUA visto nos últimos meses se mantiver, juros por lá podem ter de subir mais rápido do que o planejado.
Palavras de - pasme - Janet Yellen.
Talvez seja a declaração mais clara da chairwoman do Fed em muito tempo. Não por acaso, bolsas americanas reagem negativamente ao discurso.
É sério que a cantilena dos juros americanos vai voltar?
Contra a maré
A despeito do mau humor nos Estados Unidos, nossa bolsa luta contra a maré para se manter em terreno positivo.
Contribuem para isso, basicamente, ações ligadas a commodities. Vale (SA:VALE5) se beneficia de rumores de vendas de ativo se concretizando no curto prazo e de uma melhora de percepção sobre a demanda chinesa por minério; Petro reage positivamente ao beneplácito do governo a seu plano plurianual, bem como a expectativa de votação na Câmara, na próxima semana, de alterações no marco regulatório do Pré-Sal. Suzano (SA:SUZB5) reage ao anúncio de aumento de preços para China.
Grande destaque do noticiário local é o acordo entre líderes partidários em prol da PEC do teto de gastos, com votação prevista para 10 ou 11 de outubro - bem a tempo de ser celebrada junto com a festa da padroeira do Brasil.
Renda fixa não é fixa - e isso é bom
Ontem recebi um e-mail de um leitor com o título "Quero ganhos acima da renda fixa". Conheço bem a mensagem aí implícita: o imaginário coletivo é de que renda fixa é um negócio que rende pouco.
A ideia de que os retornos são baixos é absolutamente equivocada. Não somente porque as taxas oferecidas no Brasil são estratosféricas quando comparadas ao restante do mundo, mas principalmente porque, contrariando o imaginário popular, renda fixa não é fixa.
Aprendi isso na prática alguns anos atrás. Passado o auge da crise do subprime, os títulos brasileiros estavam oferecendo taxas indecentemente altas. Com a melhora da percepção sobre o Brasil (lembra da capa da Economist?), taxas fecharam e fiz, em questão de poucos meses, ganhos de tal magnitude que faria qualquer investidor de ações sorrir de orelha a orelha.
A Marília vem avisando, reiteradamente, que as condições atuais são propícias a um novo ciclo de ganhos dessa mesma magnitude. Não é todo dia que aparece coisa assim.
E pode ter certeza, se você perguntar a seu gerente de banco sobre o SuperTítulo de Renda Fixa, ele vai lhe oferecer um título de capitalização (ou coisa pior).
GFSA: IPO de Tenda vai para a frente?
Após Viver (VIVR3 (SA:VIVR3)) entrar em recuperação judicial, PDG (PDGR3 (SA:PDGR3)) cai forte hoje, na esteira de rumores de que estaria se preparando para seguir o mesmo caminho.
Ao que parece, nem mesmo a recente reestruturação de dívida - que nos parecia, em um primeiro momento, afastar riscos mais imediatos à companhia - foi suficiente para compensar o mau momento do setor, que sofre com ritmo fraco de vendas e volume indecentemente alto de distratos.
A pergunta é: será em meio a esse cenário que Gafisa (SA:GFSA3) colocará Tenda de volta na bolsa? Tenho lá minhas dúvidas.