A semana que começa deve ser bastante volátil para os investidores.
Porque temos além dos dados econômicos, da safra de balanços do terceiro trimestre, um fato 'novo' mas não tão novo assim: a vitória de Alberto Fernandez tendo com vice a ex-presidente Cristina Kirchner nas eleições presidenciais da Argentina.
A avaliação do futuro governo já foi feita há algumas semanas atrás quando foi apontada uma vitória de Fernandez sobre Macri nas eleições primárias. Naquele momento houve forte desvalorização do Peso Argentino frente ao Dólar, com reflexos negativos no índice acionário Merval, e nas cotações dos títulos de dívidas do governo.
Isso aconteceu, porque os investidores internacionais entendem que Fernandez juntamente com Cristina podem dar continuidade a um governo que pode entregar poucas reformas econômicas, muitas intervenções e poucas políticas que o país precisa, além de começar sob o espectro de denúncias de corrupção que envolvem o nome da ex-presidente Cristina Kirchner.
Desejamos sorte aos 'hermanos argentinos' porque com uma inflação de mais de 50% ao ano, uma economia que decresce há anos (com queda do PIB) e uma moeda que precisa de 60 pesos para comprar um Dólar mostra que o país está novamente 'na UTI do FMI'. Boa sorte para os argentinos, que eles consigam encontrar um caminho de prosperidade ao jeito deles. Mas não será fácil.
Em termos internacionais, os dias mais relevantes para os investidores começam de quarta-feira em diante, com a divulgação dos Juros pelo Fed americano, seguidos por dados de manufatura chinesa na quinta e na sexta.
Veja os principais eventos da semana, aqui e no nosso site:
Para Segunda-feira temos a divulgação do Índice do US Chicago Fed (setembro): o índice cai para -0,4 ante 0,1.
Na Terça, Vendas pendentes de imóveis nos EUA (setembro): previsão de aumento de 1,4% A/ A e 1,7% Mês/Mês. A confirmação positiva das Vendas de Imóveis pode trazer um certo alívio sobre uma recessão nos EUA
Na Quarta-feira, as atenções se voltam para a zona do Euro, o Desemprego alemão (outubro): taxa de 5%. Uma taxa baixa, mas que pode indicar para onde caminha a maior economia da Europa.
Será conhecido a Confiança nos negócios da zona do euro (outubro): índice sobe para -0,21.
Dos EUA saberemos o Relatório de emprego da US ADP (outubro): espera-se que caia de 135K para 132 mil. E também temos o PIB dos EUA (terceiro trimestre preliminar): previsão de 1,6% no trimestre. Surpresas sobre estes dados podem colocar os investidores avessos ao risco.
A Europa fecha o dia com a Inflação (CPI) da Alemanha (outubro, preliminar): taxa de 1,2% A / A para 1,1%. Uma deflação na zona do Euro é fator de preocupação
Também será conhecido os Estoques de petróleo bruto da EIA nos EUA (com 25 de outubro): os estoques caíram 1,7 milhão de barris na semana passada.
Decisão da taxa do Banco Central Americano (Fomc): taxas que devem ser reduzidas de 2% para 1,75%. É um evento muito antecipado, porém sempre pode existir alguma surpresa no dia que pode dar um fôlego aos investidores internacionais
Quinta-feira, os destaques ficam com a Ásia, quando a China divulga Índice de manufaturas e PMF não-MFG (outubro): o PMF MFG cai para 49,5 e o PMI não MFG cai para 53,4.
O PIB da zona euro (Q3, flash): o crescimento cai para 0,1% no trimestre, ante 0,2% no trimestre anterior.
Renda pessoal dos EUA, pedidos de desemprego: a renda sobe 0,3% M/M e os gastos sobem 0,3% M/M.
Saberemos mais sobre a saúde da economia americana com a divulgação do PMI de Chicago dos EUA (outubro): o índice aumentará de 47,1 para 47,6.
Na Sexta-feira, China é destaque novamente com a divulgação do Caixin de manufaturas PMI (outubro): o índice cai para 50,2, de 51,4. A confirmação dessa tendência pode impactar o mercado
O PMI britânico do PMG (outubro): espera-se uma queda de 48,3 para 47,9.
Folha de pagamento não agrícola dos EUA (outubro): a folha de pagamento cai para 105K, de 136K, e a taxa de desemprego sobe para 3,5%, de 3,5%, enquanto os ganhos horários médios aumentam 0,3% de Mês/Mês.
A confirmação sobre a economia chinesa e os dados da folha de pagamento dos EUA devem influenciar o humor dos investidores globais, e o Brasil não deve ficar de fora.