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Ações da Microsoft em Máxima Histórica. É para comprar?

Publicado 20.07.2017, 15:44
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Por Clement Thibault

Desde a crise financeira de 2008, as ações da Microsoft (NASDAQ:MSFT) têm seguido na direção de uma tendência – a de alta. A gigante de tecnologia tem sido há muito tempo a plataforma essencial para computadores pessoais. Atualmente, possui 500 milhões de usuários ativos por mês apenas em seu novo sistema operacional Windows 10, com expectativa de que o número chegará a 1 bilhão já no próximo ano. Estimativas apontam que o total de usuários mensais do Windows — incluindo aqueles que continuam a trabalhar com versões prévias do Windows — já passou de 1 bilhão.

Microsoft Diário

Mas os negócios não estavam exatamente em alta na Microsoft durante os últimos anos. Embora os preços das ações continuem a subir, os números da atividade não estão necessariamente acompanhando. Durante seu melhor ano fiscal, 2015, a Microsoft conseguiu obter US$ 93,5 bilhões em receitas. Entretanto, no ano passado, houve quase 9% de regressão nas receitas, que chegaram a US$ 85,3 bilhões.

O ano fiscal da Microsoft é contabilizado de junho a junho. Ainda hoje, quinta-feira, 20 de julho, eles divulgarão os resultados do 4º tri de 2017 após o fechamento. Analistas esperam US$ 0,71 de lucros por ação e US$ 24,2 bilhões em receitas. Enquanto se espera que a empresa tenha retomado o crescimento de receitas, é provável que ainda ficará aquém das expectativas de atingir novas máximas históricas.

O preço de US$ 73,86 das ações da Microsoft, no fechamento de ontem, que está no maior nível de todos os tempos, não parece refletir nada disso. Logo, o preço da Microsoft é justificado? Aqui está um olhar mais próximo de alguns dos desafios que são atualmente enfrentados pela empresa e seus segmentos:

Computadores Pessoais

O segmento de computadores pessoais é o que poderia ser considerado o segmento de varejo da Microsoft. Esse segmento inclui receitas do licenciamento do Windows e de aplicativos relacionados, hardware Windows Phones, receitas de vídeo games de seu produto Xbox e anúncios publicitários na busca do Bing e do Internet Explorer. Esse é o maior segmento da Microsoft e é responsável por 45% das receitas totais da empresa, ou US$ 29,9 bilhões de US$ 66,6 bilhões obtidos durante os últimos nove meses.

Entretanto, por vários motivos, este segmento está em declínio. O hardware da Microsoft (principalmente seus smartphones e tablets) nunca conseguiram angariar grande popularidade, possivelmente porque a predominância do Android e do iPhone tornou difícil para o Windows conseguir uma base sustentável de clientes.

Os mecanismos de busca da empresa são retardatários, mas ainda possuem alguma participação de mercado: Bing com 7% e Internet Explorer consideravelmente melhor com 20%. Suas receitas com o Windows foram negativamente afetadas pelo declínio dos PCs já que tablets e smartphones com telas maiores desfalcam o mercado de computadores pessoais, embora a maior parte das empresas ainda dependa os produtos de escritório do Windows. Pelos primeiros nove meses deste ano, as receitas deste segmento caíram de US$ 33,9 bilhões em 2015 para US$ 31,5 bilhões em 2016 e caíram ainda mais este ano, para US$ 29,9 bilhões.

Surpreendentemente, a renda operacional deste segmento está, na verdade, crescendo. É por isso que a Microsoft abandonou seus esforços para desenvolver e comercializar seu próprio smartphone, reduzindo assim suas despesas operacionais. Durante os últimos dois anos, as despesas de publicidade tiveram redução de US$ 1,6 bilhões de dólares enquanto os custos de pesquisa e desenvolvimento foram reduzidos em US$ 850 milhões de dólares. Como resultado, houve aumento de US$ 2,5 bilhões de aumento na renda operacional do segmento, que saltou de US$ 4 bilhões em 2015 para US$ 6,5 bilhões nos primeiros nove meses de 2017. Consequentemente, as margens operacionais do segmento melhoraram consideravelmente, de 11,7% para 21,7%.

A eliminação de despesas ineficientes e projetos não lucrativos por parte da Microsoft é uma boa estratégia de curto prazo, mas a incapacidade da empresa em surgir com um novo motor de crescimento para seu maior segmento começará a ter maior peso uma vez que as opções de cortes de custos são pequenas e produtos descontinuados e obsoletos são as únicas coisas que sobram.

Produtividade e Negócios

Embora os computadores pessoais sejam o maior segmento em termos de receitas, produtividade e negócios é sua divisão mais rentável. O segmento inclui receitas de uma variedade de produtos e serviços como o Office 365, CRM Dynamics, Skype e LinkedIn (NYSE:LNKD). Embora seja responsável por menos de um terço das receitas da Microsoft, o segmento é responsável por cerca de 53% da renda operacional da empresa.

A aquisição da rede social profissional LinkedIn, que custou US$ 26 bilhões à Microsoft em negócio fechado em dezembro de 2016, está conduzindo o crescimento de receitas neste segmento e é responsável por metade do crescimento de US$ 2,5 bilhões de crescimento de receitas, que foram de US$ 19,5 bilhões para US$ 22 bilhões. O crescimento dos assinantes tanto da versão comercial quanto de consumidores do Office 365 é responsável pelo restante de US$ 1,2 bilhão.

Infelizmente, isso ainda não se traduz em lucros finais, já que as despesas relacionadas à aquisição do LinkedIn são maiores do que as receitas que foram acrescentadas, ao menos por enquanto. De forma geral, a renda operacional do segmento está 3% menor neste ano.

Nuvem Inteligente

Por fim, mas não menos importante — e o motivo pelo qual as ações estão em máximas históricas — sua plataforma de nuvem. Embora a Microsoft continue em segundo plano ao se comparar com a Amazon (NASDAQ:AMZN) quando se trata de serviços relacionados à nuvem, a empresa continua a melhorar seus serviços Azure. Sem dúvida, o desenvolvimento de aplicações em nuvem e serviços computacionais relacionados é um dos grandes direcionadores de lucratividade para empresas de tecnologia, agora e nos próximos anos. Amazon, Microsoft, Alphabet (NASDAQ:GOOG), e IBM (NYSE:IBM) estão todas correndo para elaborar a melhor plataforma. E o mercado está crescendo tão rapidamente que há espaço para todo mundo.

O Azure Stack da Microsoft, seu esforço em levar os serviços Azure para centros de dados corporativos os executarem localmente, é o produto de destaque da oferta de computação em nuvem da empresa e poderia diferenciar a nuvem da Microsoft de seus concorrentes. É a solução ideal para empresas que desejam executar suas nuvens próprias e privadas em vez de uma solução pública. Agora, entre os maiores concorrentes, a Microsoft é a única empresa oferecendo essa opção.

Entretanto, estamos preocupados de que essa eficácia, de um ponto de vista de receitas, do Azure foi ampliada pelos investidores, ao menos no curto prazo. Em seus últimos relatórios de resultados no final de abril, a Microsoft anunciou 100% do crescimento de receitas do Azure, o que significou efetivamente ter dobrado os resultados a partir do ano anterior. Isso parece ótimo, mas observe que esse segmento da Microsoft cresceu apenas 9% durante os seis primeiros meses do ano, de US$ 18,3 bilhões para US$ 20 bilhões. Se assumirmos que 100% do crescimento do segmento veio do Azure — o que não é o caso —, é um empreendimento, na melhor das hipóteses, de US$ 3,4 bilhões do total geral da empresa de US$ 66 bilhões.

Além disso, a renda operacional do segmento caiu 7% nos últimos nove meses, sinalizando que a Microsoft dificilmente está perto de transformar seus serviços de computação na nuvem na máquina de fazer dinheiro que a oferta de computação em nuvem da Amazon se tornou.

Conclusão

Fundamentalmente, mesmo antes de nos aprofundarmos em métricas de avaliação, é difícil ver como se justifica os preços atuais das ações em máximas históricas.

Dos três segmentos da Microsoft, dois estão presenciando redução do rendimento operacional, embora o terceiro esteja presenciando redução das receitas com crescimento impulsionado por cortes de custos. Sua plataforma de computação em nuvem, que deve ser seu novo motor de crescimento, não está gerando o crescimento esperado de vendas ou lucros, e sua importância para a empresa hoje é superestimada.

A proporção de preço/lucro da Microsoft é 32, 10% acima de sua média de três anos de 29. Seu preço comparado ao fluxo de caixa livre é 20,20, quase 20% acima de 17, seu valor histórico.

Não podemos racionalizar esses números. Mesmo gostando da Microsoft como empresa, não a recomendamos em seu preço atual.

Nós gostaríamos de nos tornar investidores de comprar e manter por conta da força de muitos de seus produtos antigos e o fato de que a empresa ainda está trabalhando em inovação, embora esses esforços não tenham obtido ainda receitas significantes. Assim, não compramos com este preço.

Não podemos apoiar uma proporção de preço/lucro acima de 30, muito menos 32. Dadas as condições atuais de mercado, estimamos um valor justo de US$ 65 por ação com um múltiplo de 28,5. Mesmo assim, a margem de segurança é pequena. Independentemente dos resultados divulgados hoje, acreditamos que o recuo é inevitável e deveria oferecer um ponto de entrada mais adequado.

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