As cotações internacionais do café apresentaram forte recuperação nesta semana, impulsionadas principalmente por movimentos de realização de lucro e recompra de posições por especuladores. A desvalorização do real impulsionou a alta dos preços no mercado físico brasileiro, resultando em aquecimento dos negócios.
O mercado segue bastante volátil, ainda com o dólar sendo o principal fator de influência. Os agentes permanecem aguardando os resultados da colheita brasileira, que, para a variedade conilon, começará com intensidade a partir de abril.
No Brasil, o dólar voltou a valorizar-se ante o real, encerrando a sessão de ontem a R$ 3,2965 e acumulando alta de 1,5% desde a última sexta-feira. Os motivadores desse desempenho são o cenário internacional, a conturbada situação política e econômica do País e as incertezas sobre a continuidade, a partir de abril, do programa de swap cambial do Banco Central do Brasil.
Na ICE Futures US, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4415 por libra-peso, acumulando alta de 1.435 pontos em relação ao final da semana passada. Na ICE Futures Europe, as cotações do robusta também apresentaram recuperação. Ontem, o vencimento maio/2015 encerrou o pregão a US$ 1.815 por tonelada, com ganhos de US$ 107 desde o final da semana anterior.
A desvalorização do real potencializou a recuperação dos preços no mercado doméstico nesta semana, que registrou número maior de negócios. Na quinta-feira, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 482,39/saca e a R$ 309,62/saca, respectivamente, com variação de 11,4% e 3,6% no acumulado da semana.
O Informe Estatístico do Café, do Ministério da Agricultura, mostrou que as exportações brasileiras de café (verde e industrializado) apresentaram recuo de 3,8% em fevereiro de 2015, para 2,78 milhões de sacas, ante as 2,89 milhões de sacas do mesmo mês de 2014. A receita, porém, foi 32% superior, atingindo US$ 540 milhões, na comparação com os US$ 408 milhões de fevereiro do ano passado. De acordo com levantamento realizado pelo Cepea, a queda do volume exportado reflete os bons níveis dos estoques dos importadores e a dificuldade de formar lotes de qualidade pelos exportadores brasileiros.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo