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BC se Explica e Mercado se Ilude

Publicado 27.03.2018, 08:28
Atualizado 10.01.2024, 08:22

No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) explica, na ata da reunião da semana passada, o que levou a alterar o plano de voo em relação à taxa básica de juros, prevendo agora mais um corte na Selic, em maio, os mercados internacionais dão continuidade ao rali da véspera, diante dos sinais de que a escalada das tensões comerciais está diminuindo. Por ora, é a falta de novidades concretas entre Estados Unidos e China que tem animado os negócios, aliviando a pressão nos ativos de risco, mas o tema está longe de uma solução.

A ausência de uma deterioração adicional entre as duas maiores economias do mundo combinada com uma retórica ainda conciliadora entre Washington e Pequim leva o mercado financeiro a crer que “todos serão felizes” nas negociações comerciais, como escreveu ontem no Twitter o presidente norte-americano, Donald Trump. Ao que tudo indica, trata-se de uma estratégia dos EUA para pressionar outros países e obter algumas vitórias, ao invés de uma guerra declarada.

Mas a postura mais protecionista tende a trazer menos crescimento e mais inflação aos EUA, podendo intensificar o ritmo do Federal Reserve no processo de normalização da taxa de juros no país. Além da ameaça de retaliação de outro nações - embora ainda se tenha um evitado um tom mais duro bem como medidas de reciprocidade. Porém, não se trata de algo que se pode simplesmente dispensar - é preciso esperar que tais ações sejam efetivadas.

Afinal, a abertura do mercado chinês a produtos norte-americanos e aos serviços financeiros também faz parte do plano de longo prazo do Partido Comunista, de tornar seus 1 bilhão de habitantes em consumidores, fortalecendo a demanda interna e garantindo o crescimento econômico do país também pela via do consumo das famílias. Ao mesmo tempo, a economia passa a ser orientada pelo mercado - uma intenção que tem mostrado dificuldades de implementação nos últimos anos.

Por enquanto, os investidores aproveitam a reta final de mês - e do primeiro trimestre do ano - para embelezar seus portfólios de investimentos, a fim de garantir bons rendimentos no fechamento do período. Mas o foco já se desloca para o próximo mês, para reavaliar as perspectivas de crescimento econômico global e do lucro das empresas em 2018, sendo que o segundo trimestre é conhecido por anteceder o início do verão (no Hemisfério Norte), quando os players adotam posições mais defensivas para curtir o descanso sem atropelos.

Nada como o típico jargão de Wall Street sobre maio (sell in May and go away) para definir bem essa postura. Mas como esse mês ainda está um pouco distante, a tomada de risco prossegue. Os índices futuros das bolsas de Nova York sinalizam novos ganhos para o dia, após o Dow Jones e o S&P registrarem o maior salto diário desde 2015, o que embala as praças europeias com firmes avanços e também garantiu ganhos na sessão asiática.

O destaque por lá ficou com o won sul-coreano, que subiu cerca de 1%, na maior alta em três semanas, após a inesperada visita do líder norte-coreano, Kim Jong Un, a Pequim, no que seria sua primeira visita fora da Coreia do Norte desde que assumiu o poder, em 2011. A moeda norte-americana, por sua vez, perde terreno para os demais rivais, sendo que o euro avança pelo terceiro dia seguido.

Nos demais mercados, o petróleo avança na faixa de US$ 65, ao passo que o ouro é cotado no maior valor em dois meses. Já o juro projetado pelo título norte-americano de 10 anos (T-note) está estável, antes de mais um leilão de venda de papéis, no montante de US$ 89 bilhões. O Tesouro dos EUA pretende vender US$ 294 bilhões em bônus nesta semana, na maior oferta já feita.

Já na agenda econômica do dia, o Banco Central publica hoje (8h) a ata da reunião da semana passada, quando reduziu a taxa básica de juros para um novo piso histórico, a 6,50%. A decisão, amplamente esperada, surpreendeu pela referência clara a pelo menos mais um corte na Selic, em maio, na mesma magnitude, de 0,25 ponto.

No documento, os investidores esperam encontrar os motivos que levaram o Copom a mudar de ideia e explicitar a intenção, agora, de reduzir o juro básico novamente, em maio, alterando o plano de voo traçado em fevereiro. Também estarão em busca de detalhes sobre os riscos considerados pelo BC, que podem levar ao fim do ciclo de cortes, ou se a autoridade monetária considera que o “fundo do poço” é ainda mais embaixo.

Já no front político, o dia 7 de abril vem chegando, quando se encerra o prazo para que os interessados a se lançar candidato às eleições deste ano estejam filiados aos partidos e deixem seus eventuais cargos no Executivo. Localmente, o prefeito de São Paulo, João Doria, vai colocar a família Covas novamente no poder, ao passo que, nacionalmente, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deve confirmar, em breve, o rumor de que irá renunciar.

A ideia é de que o capitão do “time dos sonhos” na área econômica seja um Plano B do governo, ocupando o posto de vice-presidente em uma chapa puro-sangue do (P)MDB, que lançaria o presidente Michel Temer como candidato. Nos próximos dias, devem se acelerar as movimentações dos que pleiteiam uma candidatura em outubro, mas, por ora, a falta de definição dos candidatos ao pleito contribui para manter elevado o nível de incerteza por aqui.

Ainda no calendário econômico do dia, no mesmo horário da ata do Copom, saem as sondagens sobre a confiança nos setores industrial e de serviços em março. Já no exterior, será conhecida a confiança do consumidor na zona do euro e norte-americano neste mês (11h) e também os preços de imóveis residenciais nos Estados Unidos em janeiro (10h).

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