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Copom Precisa Ser Assertivo e Construir Seus Modelos com Base na Realidade

Publicado 20.01.2021, 06:00
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Como destacamos no post anterior, o BC/COPOM e seus economistas precisam aceitar os dados e as perspectivas pouco favoráveis e admitir os dados da realidade e não os anseios para construir seus modelos, e não tentar acomodar forçadamente a realidade dentro dos seus modelos pré-concebidos, e como consequência gerar “forward guidance” insustentáveis e perspectivas e expectativas não factíveis, que, recomendavelmente,  deve ser pratica extinta doravante em suas análises.

Precisa considerar que a pressão inflacionária está presente, não sendo temporária como tem procurado disfarçar no entendimento contumaz, e que o IPCA de 4,52% e o IGP-M de 24% em 2020, inquestionavelmente, vão irradiar reajustes dos preços da economia neste 2021.

Aliás, a 2ª prévia do IGP-M neste mês de janeiro já desponta com expressivo e preocupante 2,37% bem acima das expectativas. A realidade está visível, não dá para fazer “vistas grossas” e buscar fundamentos onde não existem para justificar o fato, que em realidade expressa a pressão inflacionária presente na economia brasileira.

É imperativo o reconhecimento que a volatilidade no câmbio, afora fatores pontuais de natureza externa e riscos agravados internos, ter muito a ver com o juro em patamar muito baixo, sendo absolutamente necessária a elevação da SELIC, que, acreditamos, ainda teimosamente possa ser mantida nesta reunião do COPOM que se finda hoje, visto que há a preocupação em “blindar” o custo do carregamento da Dívida Pública, já que a elevação impactaria e afetaria a já grave crise fiscal. 

O dólar tem razões internas consistentes para manter o viés de alta, mas terá grande dependência do comportamento da moeda americana no mercado internacional, a partir da gestão do Presidente Joe Biden, com Janet Yellen no Tesouro.

De toda forma, não vislumbramos a possibilidade do preço no nosso mercado recuar a R$ 5,00, pois as “barreiras” internas são enormes e a tendência presente é mais de agravamento fiscal do que o encontro de soluções.

Tudo indica que o governo Biden será expansionista, esperando aprovar o novo pacote de US$ 1,9 Trilhão de apoio à população carente e incentivo à retomada da atividade econômica, e, questiona-se muito se será necessária a manutenção de “dólar forte” por interesse do Tesouro, o que, em tese, contraria a linha normalmente defendida pela nova titular do Tesouro, Janet Yellen, e as próprias expectativas do mercado.

Em seu pronunciamento ontem perante o Senado, em audiência de confirmação, Yellen pontuou que “o mercado é que deve estabelecer o preço do dólar”, e esta tese posta é absolutamente carente da total sinergia entre o câmbio e o juro, caso contrário ocorre o descompasso.

Contudo, é de amplo conhecimento que esta prática não é rigorosamente cumprida por grandes “players” no comércio exterior, entre os quais se destaca a China, mas também inclui o Brasil.

Este é um ponto relevante a ser observado, visto que, em tese, se espera a fragilização do dólar no mercado externo e isto se prestaria para amenizar a impulsão da taxa cambial no Brasil, já que sabidamente o dólar tem grande capacidade de influência sobre os preços relativos da nossa economia, visto que somos potenciais exportadores agrícolas, cujos preços reboteiam nos preços internos.

É preciso aguardar os sinais iniciais da gestão Biden e as reações dos mercados.

A vacinação no Brasil, ainda que em estado de absoluta desorganização e negacionismo sistêmico, insinua avanços e mal iniciada já tem o risco de interrupções por falta de matéria prima causando desalento e frustrações, mas, ainda assim,  é um fato positivo embora crie expectativas não tão imediatas quanto aos anseios de superação do grave problema sanitário, pois quando se tornar efetiva não eliminará as condutas protetivas fundamentais no enfrentamento da pandemia do coronavírus,  as quais se teme possam ser abandonadas, mas inquestionavelmente é um avanço.

A inércia da atividade econômica corre o risco de manter-se ainda por um bom tempo,  visto que há evidências de perda de controle da disseminação da pandemia no seu segundo ciclo, o que determinará impactos na atividade econômica incontidos pela vacinação, razão pela qual há forte apelo generalizado para a retomada dos programas assistenciais que foram importantíssimos e fundamentais para dar suporte ao PIB em 2020, e que, interrompidos podem colocar em risco todas as expectativas em torno de 2021, agravando ainda mais o risco fiscal.

O assunto deve retomar pauta tendo em vista que, segundo pesquisa XP/Ipespe,  a popularidade do Presidente entrou em baixa.

O Congresso renovará suas Presidências da Câmara e Senado e é fundamental que se alinhe o destravamento das pautas envolvendo reformas e outros avanços, visto que, bom lembrar, faltam em termos efetivos tão somente 1 ano e meio de mandato ao atual Presidente para fazer o que não foi feito nos 2 anos passados, mas que foi muito falado.

Neste ínterim, o IBOVESPA segue com baixa sustentabilidade em suas apregoadas perspectivas otimistas, como decorrência do fato de estar ancorado em seu desempenho em “blue chips” pontuais, como,  por exemplo Vale (SA:VALE3), Petro e assemelhadas,  então quando ocorrem mutações no exterior nos preços pertinentes as commodities ligadas a estas, as oscilações no nosso mercado são pontuais. Entendemos prematuro se ter perspectivas muito efusivas para o mercado acionário brasileiro, que parece um tanto esgotado na medida em que a economia não dá sinais consistentes e fundamentados de recuperação.

Os sinais de retração do consumo devem se tornar mais transparentes a partir de janeiro, refletindo o término dos auxílios dos programas assistenciais do governo.

Embora se relute em admitir, há uma sombria ameaça que 2021 possa ser pior que 2020, pois como temos destacado “o que se lê e se ouve não é exatamente o que se vê”.

Enfim, ....

Últimos comentários

bom, juros baixo inflação alta, dólar nas alturas, simples estamos perdido sem governo a deriva. desemprego total, destruição da máquina governamental, aparelhamento, iremos sofrer por 10 anos para consertar e povo burroooooo merece comer capim e esterco. ah sem aposentadoria, logo seremos uma grande fazenda.
vamos corrigir, inflação alta pois falta insumos no mercado, o brasil nunca exportou tanto...e na falta de oferta e alta demanda...preço sobe..... Desemprego?? estou com 10 vagas abertas e não acho ninguém para ocupar elas(povinho prefere ficar em casa recebendo R$600,00, do que ir trabalhar) ... Brasileiro adora parcela baixa né...não importa se vai pagar 3x o valor do produto por causa disso ... o mercado automotivo e construção civil esta aquecida desse jeito justo a isso, melhor época para financiar... indústria reformando seu parque fabril com maquinários novos pagando pequenas taxas de juros ... Mas se você gosta de juros altos... fale no banco que vc quer a taxa de juros mais alta na hora que for comprar seu carro novo ...
Sidney estamos numa sinuca de bico a política não deixa tomar medidas técnicas caíram bandeiras que se tirar desgasta politicamente além do que para o Brasil tem a justificativa que não tá pagando juros e rolando ia levando não tem crise cambial não precisa de dolar a divida e em reais a inflação que aparece e administravel barigava a subida de juros muitos países estão com juros negativos.Resalto a qualidade da sua analise que tecnicamente e o que deveria ser feito mais .....
E isto os índices em algum momento vão refletir a realidade da inflação e muito alta mais a tentação de manter nesse nível grande pois a divida do governo tá sendo rolada nessa taxa acho que enquanto der ele vai levando as consequências pode acontecer tudo ou nada aguardar para ver.
Segundo este comentarista,e o apocalipse,o cara especula,especula,Deus nos livre deste cara
O partido Democrata que de Democrata nao tem nada ,pois roubaram as eleiçoes, vao trazer o crash para o capitalismo, com a explosao da divida publica Americana.
Poucas pessoas tem capacidade intelectual e emocional para atravessar a cortina de fumaça que as instituições sempre jogam sobre a realidade econômica, hora na forma de pessimismo e hora na forma de otimismo exagerados. Não é a toa que passamos, invariavelmente, desde as tulipas holandesas, por estouros de bolhas e movimentos excessivos e as vozes da razão são sempre poucas. O mercado não é eficiente, mesmo que hoje em dia haja ampla disponibilidade de dados, capacidade de processamento e tecnologia para isso. As pessoas reagem emocionalmente e as oportunidades de ganho estão justamente em descasamento claro entre mercado e realidade, mesmo que isso custe a desgraça alheia. Por isso tenho certeza que esses movimentos/decisões não são gerados/tomados por desconhecimento ou ilusão, mas sim propositalmente, por má fé e interesse próprio. Resta ao investidor que tem as ferramentas necessárias para ver a realidade montar sua posição e aguardar.
Parafraseando nosso apresentador do JN... o investidor consciente está sempre esgrimando com loucos e muitas vezes os loucos são as próprias instituições que deveriam zelar pelo bem da economia e dos cidadãos.
como se diz o mercado é de soma zero...para algumas pessoas ganharem outras precisam perder.. um diz você é a caça na outra o caçador.... a Maioria das pessoas entram no mercado financeiro despreparadas e quando as coisas não dão certo culpam a todos, menos a si mesmo ....
Essa penúltima e última linha, poderiam avisar o Ministro Next Week que Bolsa de Valores não é a Economia do país.
adm de fundo? rs
faz igual a china, deixa o dolar estavel a 6...la eh assim desde que ninguem sabia onde ficava a china...
É preciso contemplar nessa "realidade" o viés subjetivo do observador: hermenêutica. E pensar: existe um lob rentista? Por décadas instalados, tem poder no mundo político e nas comunicações? O empreendedor nacional merece ter acesso aos juros baixos, e assim catalisar a cadeia de prosperidade e poupança nacional por uma década ao menos? Sem lacração, debate honesto...
Não pode ignorar a absoluta necessidade técnica e racional de sinergia entre câmbio e juro. Não havendo há distorções graves em ambas as pontas.
Excelente artigo!
está na hora de acompanhar o raciocínio de economistas como André de Lara Resende. Com o diagnóstico de austeridade e aumento de taxa de juros vamos afundar.
não é o aumento pelo aumento, é algo técnico e racional que impõe a necessária sinergia entre câmbio e juro, o descompasso entre ambos provoca desalinhamentos relevantes
reformas fiscais estão quebrando o país e afundando seu povo no subdesenvolvimento.
o erro sistêmico é que o governo teme sempre perder receitas por ter orçamento muito apertado em crise fiscal permanente, então não consegue desafogar o empreendedor brasileiro e estimula lo.
o estímulo vira com gastos fiscais nós locais corretos. Acreditar que a austeridade vai resolver tudo acho que é caminho para o precipício.
parabéns pelo artigo
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