ÁSIA: As bolsas asiáticas fecharam sem direção nesta segunda-feira (07), com investidores tentando digerir números de sexta-feira (04) do relatório de emprego dos EUA e as novas metas econômicas da China, anunciadas no Congresso Nacional do Povo (NPC) no fim de semana.
O japonês Nikkei fechou 0,61% menor, a 16,911.32 pontos, com o iene mantendo a sua força em relação ao dólar, em 113.69. Exportadores japoneses terminaram sem direção. Toyota caiu 2,07% e Nissan subiu 2,19%. Um iene mais forte é geralmente negativo para os exportadores, pois reduz os seus lucros no exterior quando convertidos em moeda local. As perdas em seguradoras e concessionárias arrastaram o mercado para baixo após o presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, minimizar a possibilidade de mais estímulos durante a reunião de política do banco central no final desta semana.
Do outro lado do estreito coreano, o Kospi terminou em alta de 0,11% e em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 0,08%, após dados mostrarem uma queda de 70% nas vendas de casas, em fevereiro, em relação ao período do ano anterior.
Mercados na China continental destoaram e avançaram. Shanghai Composite fechou em alta de 0,85%, em 2,898.64, enquanto o Shenzhen Composite subiu 2,03%. O Congresso Nacional do Povo lançou, no sábado, novas metas econômicas da China para 2016, incluindo uma revisão de crescimento entre 6,5% e 7%, menor do que a meta de 7% de 2015, uma meta de crescimento do índice de preços ao consumidor de cerca de 3% e um déficit orçamental de 3% do PIB.
As expectativas de maiores gastos do governo em projetos públicos ajudaram a puxar para cima ações de produtores de bens industriais, motores de crescimento da "velha economia" na China, ao mesmo tempo em que Pequim está tentando apoiar as empresas de catering, numa tentativa de impulsionar o consumo interno com avanço da classe média. Essas empresas chamadas de "nova economia" incluem aquelas de tecnologia, produtos farmacêuticos e os setores de energia limpa. Como parte de seu compromisso por energia limpa, o governo se comprometeu a aumentar o fornecimento de gás natural depois que a produção doméstica ficou aquém de sua meta de crescimento no ano passado. Empresas produziram 134,6 mil milhões de metros cúbicos de gás natural, no ano passado, em comparação com uma meta de 140 bilhões de metros cúbicos. O governo chinês espera incentivar o consumo eficiente e irá trabalhar para aumentar os controles de preços sobre áreas competitivas como petróleo, gás natural e indústrias de transporte.
A China vai limitar o consumo anual de energia por carvão em 5 bilhões de toneladas até 2020 e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, numa tentativa de cumprir a sua promessa de diminuir as emissões de dióxido de carbono até 2030, feito durante o pacto global de mudança climática. Em 2015, o consumo total de energia atingiu 4,3 bilhões de toneladas de carvão, alta de 0,9% ante o ano anterior. Siderúrgicas chinesas terminaram em alta. Baosteel adicionou 4,08%, Yunnan Copper disparou 6,47% e Baotou Steel subiu 5,02%.
O vice-presidente do Banco Popular da China, Yi Gang, disse em uma coletiva durante o CNP que o BPoC não deve aplicar taxas de juros negativas apesar da desaceleração do crescimento econômico, alegando que as condições econômicas não pioraram e reiterou que a China ainda tem abundantes reservas de moedas estrangeiras para combater as saídas de capital. As reservas cambiais da China, em fevereiro, encolheram pelo quarto mês consecutivo, mas caíram a um ritmo muito mais lento. As reservas em moeda estrangeira caíram US$ 28.570.000.000 em relação ao mês anterior, para US$ 3.202.000.000.000, após uma queda de US$ 99.500.000.000 em janeiro, numa tentativa do banco central de explorar o estoque de moedas estrangeiras para conter saídas de capital. Segundo analistas, a estabilização do yuan contra o dólar americano ajudou a amortecer a pressão de saída, pois a última divulgação das reservas cambiais do país tinham ficado em US$ 3,231 trilhões.
As autoridades chinesas divulgaram, na parte da manhã, mais uma alta do yuan em relação ao dólar pelo terceiro dia consecutivo. O yuan fechou negociado ligeiramente mais fraco em cerca de 6,5067 por dólar americano em Hong Kong.
Na Austrália, o S&P/ASX 200 fechou em alta de 1,04%, em 5,142.81, avançando pelo sexto dia consecutivo, impulsionado por ganhos nos setores da energia, recursos naturais e bancos, subindo 2,2%, 3,08% e 1,2%, respectivamente. Entre as mineradoras, Rio Tinto (LON:RIO) subiu 3,5%, BHP Billiton avançou 4,98% e Fortescue disparou 23,69%, seguindo ganhos dos preços dos metais. O minério de ferro teve um rali de 5% na sexta-feira (04). O minério de ferro para entrega em Qingdao na China aumentou mais de 40% desde a sua baixa de US$ 38 a tonelada em dezembro. Na segunda-feira (07) o metal subiu 0,7%, a US$ 53,75 a tonelada, o maior nível desde outubro, apesar de o Goldman Sachs dizer em nota nesta segunda-feira que o rali atual do minério de ferro provavelmente será de curta duração, na ausência de um aumento significativo na demanda chinesa por aço.
EUROPA: Mercados europeus abriram em baixa, apesar do sólido relatório de empregos dos EUA na última sexta-feira (04), com os investidores digerindo dados econômicos ruins da Alemanha, as últimas metas econômicas da China e focando na próxima reunião do Banco Central Europeu desta semana.
O relatório de emprego mostrou a criação de 242.000 postos de trabalho em fevereiro, superando expectativas, a taxa de desemprego permaneceu inalterada em 4,9%, enquanto a taxa de participação na força de trabalho foi de 62,9%, mas o salário dos trabalhadores americanos médio caiu 0,1%, ante alta de 0,4% da última divulgação.
O crescimento lento e as taxas de inflação baixas em toda a zona do euro serão abordados pelo BCE na quinta-feira (10). No domingo, o Bank for International Settlements (BIS), um consórcio de bancos centrais com sede na Basileia, Suiça, alertou que os estímulos do banco central podem ter menos efeito nos mercados financeiros do que já tinha. O BIS também sinalizou dúvidas sobre as consequências das taxas de juros negativas.
Os pedidos às alemãs tiveram um início fraco em 2016. O total de pedidos para o setor industrial da Alemanha, ajustados pelas oscilações sazonais, caiu 0,1% em janeiro em relação ao mês anterior, apesar da previsão dos economistas, do The Wall Street Journal, esperar um declínio de 0,4%. Mas, as encomendas em dezembro recuaram 0,2% em relação ao mês anterior, em comparação com o declínio de 0,7% relatado anteriormente. Pedidos estrangeiros em janeiro subiram 1,0% no mês, graças a um aumento na demanda, do resto da zona euro, enquanto as encomendas domésticas caíram 1,6%. Em termos anuais, o total de encomendas para o setor industrial da Alemanha caiu 1,8% a partir de janeiro de 2015, mas subiram 1,1% quando se leva em conta o número de dias úteis em cada mês. O ministério advertiu que a deterioração das expectativas de negócios aponta para um crescimento apenas moderado da atividade industrial alemã.
O setor bancário é destaque. Analistas disseram que o ambiente de inflação baixa na Europa está prejudicando os bancos, mas em geral o setor parece estar barato para os investidores. Commerzbank da Alemanha segue negociado em alta após nomear Martin Zielke como seu próximo presidente-executivo a partir de 1º de maio. As ações do banco britânico Barclays (LON:BARC) seguem em território negativo, após o Deutsche Bank cortar sua perspectiva de "comprar" para "manter" e vários bancos italianos também ficam sob pressão com a contínua preocupação sobre a carteira de empréstimos ruins detidos pelos bancos. Banco Popolare e Intesa Sanpaolo (MI:ISP) seguem negociadas em forte baixa.
No Reino Unido, o FTSE 100 cai na volta de três semanas consecutivas de ganhos. Mineradoras abriram em alta, mas caem com investidores avaliando a perspectiva de crescimento mais suave da China. Entre as ações de produtores de metais, que são sensíveis à evolução da China, a produtora de cobre Anglo American (LON:AAL) cai 4,68% e Antofagasta (LON:ANTO) recua 2,18%. A produtora de metal precioso Fresnillo (LON:FRES) recua 2,71%, enquanto as gigantes BHP Billiton e Rio Tinto caem 2,05% e 1,01%, respectivamente.
AGENDA DO INVESTIDOR: EUA
12h00 - Labor Market Conditions Index (compilação de vários dados de trabalho em uma única leitura, a fim de dar uma melhor visão do mercado);
15h00 - Discurso do membro do FOMC Lael Brainard;
15h00 - Discurso do vice-presidente do Fed, Stanley Fischer;
17h00 - Consumer Credit de março (mede o total de crédito ao consumidor);
ÍNDICES MUNDIAIS - 7h30
ÁSIA
Nikkei: -0,61%
Austrália: +1,04%
Shanghai: +0,85%
Hong Kong: -0,08%
EUROPA
Frankfurt - Dax: -1,17%
London - FTSE: -0,82%
Paris CAC: -0,98%
IBEX 35: -1,14%
FTSE MIB: -1,50%
COMMODITIES
BRENT: +0,46%
WTI: +0,07%
OURO: -0,16%
COBRE: +0,51%
SOJA: +0,51%
ALGODÃO +0,95%
MILHO +0,77%
ÍNDICES FUTUROS
Dow: -0,30%
SP500: -0,40%
NASDAQ: -0,49%
Observação: Este material é um trabalho voluntário e gratuito, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado e a europeia no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atenção para o horário da disponibilização dos dados desse relatório.