O movimento de mercado ontem, baseado internacionalmente pela perspectiva mais positiva com as eleições americanas tem sustentabilidade limitada, principalmente com o onipresente problema no COVID-19 e as notícias de avanço da doença além das fronteiras chinesas, como no caso da Coreia do Sul.
A abertura dos mercados hoje reflete isso, pois aos EUA liberarem US$ 7,8 bi para o combate ao vírus, a Coreia do Sul usar US$ 9 bi para tentar estimular a economia, o FMI indicar um compromisso de US$ 50 bi também para combate ao vírus, a leitura muitas vezes é de que a situação é pior do que a aparência, que não é boa, mostra.
O corte emergencial de 50 bp do FOMC reduz em muito o arsenal da autoridade monetária americana para combater possíveis efeitos de uma contração econômica, sendo que os eventos relacionados ao vírus ainda estão em seus estágios iniciais.
Eis que a volatilidade permanece como a única certeza neste momento, sendo que a abertura negativa dos mercados hoje tem a mesma sustentação das altas observadas ontem.
Aliás, o mercado local só não acompanhou o desempenho internacional por conta do IRB e a série de notícias cada vez mais estranhas.
Localmente, a leitura do PIB ontem, o menor nos últimos 3 anos pode ser trabalhada, dependendo do observador. A redução de ímpeto do investimento privado não tira a perspectiva de um momentum positivo que se desenhava para 2020.
A crise chinesa tem seu nítido impacto na elevação das incertezas, porém não se sobrepõe à realidade de que o PIB isolado do setor privado foi um dos melhores dos últimos anos e a segunda metade de 2019 também apresentou o melhor desempenho dos últimos 7 anos.
Isso, porém, não é o suficiente para reverter a visão de que existe um longo caminho para o Brasil acelerar o ritmo de crescimento, principalmente com a extrema desvalorização do Real observada nos últimos meses, sob a leniente observação das autoridades econômicas.
A intervenção hoje do BC, ainda que maior, já soa paliativa, dados os sinais de conforto com tal cenário.
Na agenda hoje, atenção ao custo trimestral de mão de obra e produtividade nos EUA, após mais um ADP acima das projeções, além dos pedidos às fábricas e de bens duráveis.
Na Alemanha, mais um índice de construção positivo, Markit saindo de 54,9 para 55,8.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com a realização de lucros das altas recentes.
Na Ásia, dia positivo, seguindo o fechamento das bolsas no ocidente.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, com exceção à prata e ao paládio.
O petróleo abre em queda, com a falta de acordo da OPEP sobre o corte de produção.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 10,85%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,5793 / 1,56 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,350%
Dólar / Yen : ¥ 106,87 / 0,636%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / 0,435%
Dólar Fut. (1 m) : 4578,38 / 1,40 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 4,22 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,82 % aa (-1,03%)
DI - Janeiro 25: 5,79 % aa (-0,86%)
DI - Janeiro 27: 6,36 % aa (-0,31%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,5986% / 107.224 pontos
Dow Jones: 4,5277% / 27.091 pontos
Nasdaq: 3,8461% / 9.018 pontos
Nikkei: 1,09% / 21.329 pontos
Hang Seng: 2,08% / 26.768 pontos
ASX 200: 1,11% / 6.396 pontos
ABERTURA
DAX: -1,413% / 11956,38 pontos
CAC 40: -1,570% / 5379,08 pontos
FTSE: -1,558% / 6709,38 pontos
Ibov. Fut.: 1,96% / 107677,00 pontos
S&P Fut.: -1,714% / 3061,30 pontos
Nasdaq Fut.: -1,992% / 8726,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,07% / 73,18 ptos
Petróleo WTI: -0,90% / $46,39
Petróleo Brent: -0,72% / $50,80
Ouro: 0,70% / $1.648,05
Minério de Ferro: 2,86% / $89,63
Soja: 0,64% / $898,75
Milho: -0,65% / $384,50 $384,50
Café: -1,84% / $115,00
Açúcar: -0,37% / $13,43 $13,43