Os contratos futuros do café arábica têm mantido tendência de queda, com o Contrato C, negociado em Nova York, acumulando perdas por nove sessões consecutivas. Indicadores técnicos e especulações irresponsáveis sobre o tamanho da próxima safra brasileira influenciam esse comportamento.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, ontem, a US$ 1,2790 por libra-peso, registrando queda de 380 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento novembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.067 por tonelada, acumulando desvalorização de US$ 34 na comparação com a última sexta-feira.
O dólar comercial inverteu a tendência de valorização do início da semana no Brasil, sendo cotado, ontem, a R$ 3,1473, com queda de 0,1%. A aprovação do texto base da Medida Provisória nº 777, que cria nova taxa de juros para os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a TLP, aumentou a confiança dos investidores quanto à possibilidade de avanço das reformas no Congresso Nacional.
Diante do cenário externo, o indicador calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para a variedade arábica foi cotado, na quinta-feira, a R$ 443,36/saca, com queda de 1,9%, em relação ao fechamento da semana anterior. O indicador do café conilon acumulou ganho de 0,5% até ontem, quando atingiu R$ 408,93.
Neste período em que o Brasil ainda está encerrando sua colheita de 2017, é muito precoce estimar qualquer volume para a safra 2018/19, pois somente as condições climáticas nos próximos meses, que são imprevisíveis, garantirão o bom desenvolvimento das floradas e dos frutos.
Especulações sem fundamento, que derrubam os preços aos produtores em momentos que são necessários investimentos para a realização de tratos culturais, indispensáveis ao bom desempenho da próxima safra, são incoerentes com o conceito da sustentabilidade.
Tal comportamento por parte de agentes que atuam no mercado financeiro e na ponta compradora corrobora o posicionamento do CNC de que a sustentabilidade tem sido uma responsabilidade exclusiva do segmento da produção.