BALANÇO SEMANAL — 20 a 24/04/2015
OFERTA, DEMANDA E PREÇOS
A Organização Internacional do Café (OIC) destacou que a demanda global pelo produto continua vertiginosa, com o consumo no mundo podendo ter alcançado 149,3 milhões de sacas de 60 kg em 2014, o que implica um crescimento médio anual de 2,3% nos últimos quatro anos.
Esta crescente procura, aliada a duas menores safras seguidas do Brasil, tende a ser um fator de alta dos preços no mercado, entretanto o CNC recorda que os produtores não devem trabalhar com especulações, haja vista que, na maioria das vezes, são os mais prejudicados.
O que recomendamos é que os cafeicultores tenham ciência de seus reais custos de produção e, ao observarem as cotações remuneratórias desejadas, realizem alguns negócios, angariando lucros e não ficando reféns dos picos de baixa enquanto esperam as máximas que poderão ocorrer somente quando não mais possuírem o produto.
O Conselho Nacional do Café passa essa orientação porque entende que o mercado cafeeiro se movimenta influenciado muito além dos fatores fundamentais, sofrendo impactos da macroeconomia e de outros mercados com mais peso que o das soft commodities.
Além disso, mesmo com a redução na produção de café do Brasil em 2014 e 2015, acreditamos que o País terá produto suficiente para honrar seus compromissos de exportação e consumo. Dessa maneira, reiteramos que não há espaço para que os produtores entrem no jogo das especulações e corram riscos além dos que a própria atividade já proporciona.
MERCADO
Nesta semana mais curta no Brasil, devido ao feriado prolongado do Dia de Tiradentes, os preços futuros do café arábica sustentaram-se acima dos US$ 1,4 por libra-peso. Na ausência de novidades, os agentes de mercado aguardam o início da colheita brasileira, que ganhará volume nas próximas semanas. A continuidade da tendência de enfraquecimento do dólar tem contribuído para a sustentação das cotações internacionais do café.
Ontem, a moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 2,9816, acumulando queda de 2% na semana.
Na ICE Futures US, as rolagens de posição para o vencimento julho encerraram-se na quarta-feira, quando começou o período de notificação de entrega do contrato maio. O vencimento julho do Contrato C foi cotado, ontem, a US$ 1,415 por libra-peso, com variação positiva de 10 pontos em relação à sexta-feira passada. A cobertura de posição vendida por especuladores e fundos de investimento também auxiliou essa tendência.
As cotações do robusta, na ICE Futures Europe, também acumularam discreta valorização. No fechamento de ontem, o vencimento julho/2015 encerrou o pregão a US$ 1.830 por tonelada, com ganhos de US$ 4 na semana.
O mercado físico brasileiro apresentou maior movimentação após o feriado, refletindo o cenário internacional. Ontem, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 450,88/saca e a R$ 295,91/saca, respectivamente, com variação de -0,3% e -0,4% em relação à última sexta-feira.
O Cepea também destacou que os preços do café conilon têm apresentado tendência de enfraquecimento no mês de abril, pressionados pela entrada dos lotes da safra 2015/16. Segundo a instituição, ainda restam cerca de 20% dos grãos da safra passada capixaba (2014/15) para serem negociados. Esse café apresenta qualidade superior à dos primeiros lotes da nova safra, que foi afetada pela estiagem.
Em Rondônia, praticamente todo o volume colhido no ano anterior já foi comercializado e a nova safra (2015/16) tem sido prejudicada por chuvas e elevado número de grãos verdes nos pés.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo