BALANÇO SEMANAL — 17 a 21/08/2015
MERCADO
As cotações futuras do café arábica registraram perdas nesta semana, pressionadas pelo real desvalorizado ante o dólar e pelas vendas das origens e dos fundos que operam na Bolsa de Nova York.
A divisa norte-americana, no Brasil, mantém patamar elevado ante o real, apesar da discreta desvalorização acumulada nos últimos dias. No âmbito externo, os principais fatores que têm afetado a precificação do dólar são as preocupações com a desaceleração da economia chinesa e a proximidade da alta dos juros dos Estados Unidos. No cenário doméstico, as crises política e econômica continuam afetando a formação do câmbio brasileiro, porém, dadas as sinalizações do Banco Central, não tem sido ultrapassada a banda superior de R$ 3,50. Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,4596, com variação de -0,7% em relação à última sexta-feira.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado a US$ 1,3245 por libra-peso, com queda de 870 pontos em relação ao fechamento da semana passada. As cotações do robusta, negociadas na ICE Futures Europe, seguiram tendência similar. O vencimento novembro/2015 encerrou o pregão a US$ 1.665 por tonelada, acumulando desvalorização de US$ 61 desde a última sexta-feira.
O mercado físico nacional foi impactado pelo recuo das cotações futuras nas bolsas externas. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 461,87/saca e a R$ 328,51/saca, respectivamente, com variação de -4,4% e -0,7% em relação ao fechamento da semana anterior.
Segundo informações levantadas pelo Cepea, após o aumento da liquidez em muitas praças na semana passada, devido à alta dos preços, as vendas foram limitadas pelo cenário mercadológico recente. Em relação à variedade robusta, não houve alteração no ritmo dos negócios, já que os produtores mantém a postura retraída, aguardando novas valorizações que reflitam a realidade da quebra de safra da variedade.
Na próxima semana, os agentes de mercado devem voltar sua atenção para o aumento de umidade previsto para a região Sudeste, entre o fim de agosto e o início de setembro, e seus possíveis impactos no desenvolvimento das floradas da temporada 2016.
Segundo a Climatempo, a passagem de frentes frias criarão condições favoráveis a precipitações acumuladas da ordem de 30 a 100 mm no Sul de Minas Gerais, até o dia 3 de setembro. Porém, o cenário de retorno das chuvas tende a ser semelhante ao do ano passado, caracterizado por precipitações irregulares e não generalizadas.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo