A semana iniciou com o mercado reagindo à atividade industrial tanto na zona do Euro como nos Estados Unidos com dados divulgados abaixo das expectativas em ambos os continentes. Claramente o efeito disso reflete diferentes fases das economias mas com semelhantes preocupações. Pelo lado do velho mundo, na maior economia, a Alemanha, a retração da indústria foi ainda mais intensa bem abaixo do nível de neutralidade. Já nos EUA, os indicadores corroboram com o otimismo já há muito antecipado pelo mercado, mostrando mais uma vez os efeitos do tom adotado pelo FED no combate à inflação.
Na terça feira, o grande motivador que colaborou com a convicção de vendedores do mercado futuro de Dólar que derrubou a cotação da moeda até as mínimas históricas deste ano de 2023, certamente foi o IPCA-15 o qual recuou bem mais que a expectativa, apontando deflação no período e gerando otimismo no Brasil.
No entanto, nenhuma movimentação mais acentuada era esperada pois, nesta quarta-feira (26), era aguardada com enorme expectativa a coletiva de imprensa de Jerome Powell, presidente do FED, a respeito da trajetória que a curva de juros Norte Americana se desenharia. Já era dada como certa a elevação de 0,25% alcançando agora a marca de 5,5% mas, a grande incógnita era sobre o tom que seria adotado nas falas subsequentes. Haviam apostas de que o FED fosse mais rigoroso e declarasse ao menos mais uma nova alta, haviam apostas de que um tom mais dovish pudesse animar o mercado e até pular um novo aumento em setembro ou até deixar esta decisão de acordo com a continuidade dos próximos indicadores econômicos.
Pois bem, o direcional está dado, nenhum mercado apenas sobe ou somente desce e é exatamente isso que devemos esperar para os próximos dias e semanas para o Dólar. Um grande balizador está presente na região de preço dos R$4.840 e R$4.760 onde, fora destas extremidades, o mercado tende a favorecer movimentos mais amplos e direcionais. Investidores Estrangeiros seguem posicionados na ponta vendida há duas semanas e parecem demonstrar convicção nesta faixa de preço mais baixa.
Por fim, hoje 26/06, boas notícias chegaram até aqui com a elevação do grau de recomendação de investimento Brasil pela Fitch e causou ânimo na equipe econômica mas, dada a tamanha expectativa pela coletiva de imprensa dos membros do FOMC sobre a taxa de juros, nada causou no mercado futuro.
Colaboração: Marcos Alexandre Pinto