ARÁBICA
ANÁLISE CEPEA – Em outubro, os preços do café arábica subiram pelo segundo mês consecutivo, com a média mensal do Indicador CEPEA/ESALQ a R$ 511,07/saca de 60 kg. Em relação a setembro, a alta foi de 1,6% e, sobre out/15, de 6,9%. A valorização interna é reflexo dos avanços externos, que, por sua vez, seguem atrelados às preocupações quanto ao volume que deverá ser produzido no Brasil na safra 2017/18 e à possibilidade de oferta enxuta no próximo ano.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), a média de todos os contratos foi de 160,03 centavos de dólar por libra-peso em outubro, aumento de 4,4% em relação a setembro. O dólar teve média de R$ 3,18 no mês, recuo de 2,2% em igual comparativo.
As chuvas na primeira quinzena de outubro estimularam a abertura de novas floradas nos cafezais de todas as regiões produtoras de arábica, na terceira semana do mês. Com o aparecimento das flores, as atenções se voltaram à fixação da flor e ao desenvolvimento do fruto, que dependem, especialmente, do comportamento do clima.
A floração de outubro era bastante aguardada por agentes para um melhor planejamento da safra 2017/18, tendo em vista que as primeiras floradas observadas em meados de setembro foram pequenas. A ausência de florada nas primeiras semanas de outubro poderia atrapalhar o ciclo de desenvolvimento da variedade. Na avaliação geral, a floração desse mês foi satisfatória.
Regionalmente, no Cerrado, Sul e na Zona da Mata Mineira, colaboradores indicaram que a florada foi grande e dentro do período ideal para o bom desenvolvimento da temporada. Na Zona da Mata, especificamente, esta florada era aguardada com especial atenção, já que a próxima safra local será de bienalidade positiva e o volume de flores e uma boa fixação podem favorecer esse cenário. Na região da Mogiana, também houve florada na primeira semana de outubro, mas algumas lavouras sofreram com granizo. Colaboradores consultados relataram que as flores caíram e que esses cafezais, em particular, não devem produzir em 2017. Por outro lado, as lavouras que seguem com a floração podem registrar boa produção caso o clima favoreça o pegamento. No Sul de Minas Gerais, alguns produtores também relataram chuvas de granizo, resultando em perdas pontuais.
Em Garça (SP) e no Paraná, a abertura de novas flores nos cafezais foi observada no final da segunda semana de outubro. Na primeira região, apesar da expectativa de menor produção, cafeicultores indicam que as floradas foram boas e que seguiam aguardando mais chuvas para o desenvolvimento do fruto. No Noroeste do Paraná, segundo colaboradores, esta segunda importante florada já estava “abotoada” há 20 dias, mas as baixas temperaturas não permitiam a abertura, o que só ocorreu com o aumento das temperaturas. Por enquanto, agentes seguem esperançosos com a temporada 2017/18 na região paranaense, refletindo as condições climáticas ideais aliadas à bienalidade positiva.
ROBUSTA
ANÁLISE CEPEA – Em outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 acima (para retirar no Espirito Santo) teve média de R$ 501,07 por saca de 60 kg, a maior, em termos reais, de toda a série história do Cepea, iniciada em 2001 para o produto, e forte alta de 14,7% frente à de setembro.
Em 20 de outubro, o Indicador do robusta superou o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista em 11,08 reais a saca de 60 kg. Esse cenário nunca havia sido verificado pelo Cepea, considerando-se todo o histórico de pesquisas.
O movimento de alta nos preços do robusta é verificado desde meados de março e, há mais de dois meses, o Indicador atinge recorde real quase que diariamente. Esse cenário é reflexo da baixa oferta do grão, especialmente do tipo 6, que é o considerado no Indicador. Mesmo para o tipo 7/8, mais demandado, o valor da saca superou o preço do arábica, no mesmo dia 20, em oito centavos a saca. A oferta restrita, por sua vez, esteve atrelada ao clima desfavorável nas regiões produtoras de robusta no Brasil nos últimos dois anos.
O tempo seco prejudicou o desenvolvimento da variedade, resultando em quebras bastante significativas na produção. Na atual temporada (2016/17), a Conab estimou 8,4 milhões de sacas, forte queda de 25,3% frente à safra anterior. Outro fator que impulsionou os preços está relacionado a especulações quanto à próxima temporada (2017/18). Até o final de outubro, colaboradores indicavam que duas floradas tinham sido observadas nos cafezais do Espírito Santo e três em Rondônia, mas o clima seco ainda não favorecia a produção.
No mercado internacional, o contrato de robusta negociado na Bolsa de Londres (EuronextLiffe) com vencimento em janeiro fechou a US$ 2.184,00/tonelada em 31 de outubro, elevação de 7,75% na comparação com 30 de setembro.
Séries Estatísticas Cepea
1. Diferenciais de Preços (Indicador e praças)
2. Indicador de preços do Café Conillon
Gráficos