Caros Traders, estou terminando de ler um livro que achei muito interessante e recomendo para os amantes do Mercado Financeiro como eu. Chama-se “Mentes Brilhantes, Rombos Milionários”. A obra é muito bem escrita por Scott Patterson, repórter do Wall Street Journal e responsável por cobrir os avanços tecnológicos de Wall Street. Através de uma miniciosa narrativa, descreve o passo a passo histórico da evolução das negociações em Nova York, desde a década de 60 e como os quants, uma geração de gênios da matemática, dominou e quase destruiu o maior Mercado do Mundo. O ápice da história culmina com a explosão da crise dos subprimes 2007/08, relatando como o mercado estava e como ficaram os principais bancos de investimento e fundos de hedge envolvidos em uma das maiores crises desde a grande depressão em 1929. O grande ponto de começar a nossa análise semanal com esta abordagem é que tenho a sensação de um clima tenso no ar. O Mercado não é lugar para achismos ou investidores despreparados, por isso, faço questão de compartilhar com vocês, algumas ideias que me trazem essa sensação.
O principal ponto da semana, sem sombra de dúvidas, podem ser as eleições na França. Alguns dias atrás, pudemos ter um “alívio” nos Mercados com o avanço de Macron em primeiro lugar no primeiro turno, levando a crer que teria o apoio dos demais candidatos vencidos, o que aumentaria suas chances de vencer sua concorrente nacionalista, Le Pen, neste próximo final de semana. Não devemos esquecer que, há poucos meses atrás, parecia improvável a vitória de Trump e o mesmo já ultrapassou seus primeiros 100 dias de governo. No cenário de hoje, pode não ser impossível acontecer uma virada de última hora, colocando Le Pen no poder e em check a permanência da França na União Europeia, bem como a consistência do bloco. O país é atualmente a segunda maior economia da Zona do Euro. Dependendo dos resultados das eleições, a moeda comum poderá sofrer forte desvalorização.
Além disso, a crise na península coreana ganhou maior destaque nas últimas semanas, com a insistência do governo local em tumultuar a região com novos testes e ameaças militares. Washington, baseando-se na postura de Trump, resolveu adotar um comportamento mais brusco, recusando-se a aceitar as atitudes da Coreia do Norte e dando a entender que se prepara para o pior, no caso de um conflito armado, para conter a escalada bélica na região. Uma eventual guerra, que a cada dia se torna mais perigosa, poderia trazer consequências inimagináveis no caso de bombas nucleares contra Coreia do Sul e Japão, se realmente houver capacidade para isso. Enquanto a situação está no improvável, ninguém consegue medir realmente quais seriam os prejuízos caso se concretizasse.
Não bastando de más notícias, tivemos no dia mundial do trabalhador, protestos nas mais variadas regiões, desde a polvorosa América do Sul, onde parece que ninguém mais se entende, até Europa afora, com movimentos nacionalistas, sindicalistas, etc. E pasmem senhoras e senhores, tivemos até flechadas! Isso mesmo, em pleno 2017, tivemos flechas disparadas por índios nos arredores do Congresso Nacional na semana passada, sem falar no massacre recente na região norte. Penso que existem muitas situações caóticas e inconsequentes acontecendo ao mesmo tempo, o que pode trazer desconfiança ao Mercado e ser o estopim para um efeito dominó de novo, principalmente com os seguintes recordes de altas das Bolsas espalhadas por todo o mundo. Nestas horas, todo cuidado pode ser pouco, mas o meu intuito é apenas compartilhar uma visão.
Por fim, esta semana ainda trás na tarde de hoje, a divulgação das taxas de juros dos EUA junto com a Declaração do FOMC, ao fim da reunião de política monetária do FED, além do payroll na sexta-feira.
Partindo-se para a nossa primeira análise gráfica, temos o par EURUSD, que segue indeciso na região de resistência semanal (1.0900 – linha amarela), mais precisamente entre os níveis 1.0820 – 1.0950, desde a semana retrasada, com a votação do primeiro turno nas eleições na França. O ponto de fechamento do gap em aberto seria em 1.0725. Isto poderá ocorrer dependendo de como forem as divulgações das notícias de alto impacto nos próximos dias e de como será a votação no segundo turno. No caso de quedas mais bruscas, atenção aos suportes em 1.0500 / 1.0350. Se tudo ocorrer como o previsto no cenário positivo, com a vitória de Macron, poderemos ter caminho aberto para mais altas até a resistência em 1.1450.
Já para a nossa segunda análise, destacamos o par AUDUSD, que na semana passada testou o suporte na região dos 0.7475 aproximadamente e iniciou uma forte subida, respeitando o ponto. O cenário pode seguir propenso até a resistência em 0.7600 que, caso for rompida, poderá despertar o interesse dos compradores até os 0.7775. No caso de um rompimento do suporte mencionado, os preços poderiam chegar até o próximo nível inferior, por volta dos 0.7300.
Por hoje é só. Grande abraço e sucesso!
Por Rodrigo Rebecchi (Equipe Youtrading)