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O varejo nacional voltou a apresentar queda em agosto (1,5%), após um resultado de melhora parcial em julho, segundo o relatório do Índice do Varejo Stone (IVS). A retração deste mês se observa tanto no comparativo mensal, quanto no anual (3,3%), e também se reflete nas pioras observadas nas análises setorial e regional. A perda de fôlego da atividade varejista reforça a percepção de que a economia segue em processo de acomodação e desaceleração.
Entre os segmentos analisados, praticamente todos tiveram queda em agosto. A única exceção foi o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que registrou uma alta mensal de 1,7%. Por outro lado, no comparativo anual, o segmento teve uma retração de 1,1%. Mas ele não foi o único: todos os setores registraram queda em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para o resultado de -6,7% nas vendas do segmento de Móveis e Eletrodomésticos.
O cenário de queda generalizada no comparativo anual aponta que o varejo vem operando abaixo dos níveis registrados em 2024, o que respalda o entendimento de desaceleração da atividade econômica.
Na análise regional a piora também é perceptível. Enquanto julho parecia trazer um alívio com um aumento de estados com crescimento no varejo, agosto voltou a reduzir esse número. Neste mês, apenas seis estados da federação tiveram alta no volume de vendas. Além disso, as altas registradas foram mais modestas do que as do mês anterior.
Dentre os destaques positivos estão o crescimento de 3,2% no Amapá, de 1,9% no Tocantins e de 1,7% no Mato Grosso. Vale ressaltar que os dois últimos estados sustentaram a tendência de crescimento observada em julho, se mantendo entre os melhores resultados regionais pelo segundo mês consecutivo. Por outro lado, o único estado com alta no volume de vendas do varejo no sudeste foi São Paulo (0,6%), enquanto as regiões sul e nordeste não tiveram nenhum resultado positivo.
O resultado negativo do comércio varejista em agosto parece ser parte de um cenário mais amplo de perda de dinamismo da economia, como apontam os indicadores externos. A criação de postos formais de trabalho em julho, medido pelo CAGED, foi 21% inferior ao número observado no mesmo período de 2024. Paralelamente, o elevado comprometimento da renda das famílias com o serviço da dívida segue pressionando negativamente o consumo.
Outro dado relevante é a redução na concessão de crédito livre para as famílias, que teve recuo de 2,0% em julho. Com menos criação de vagas de emprego, maior comprometimento da renda familiar com dívida e recuo nas concessões de crédito, o consumo tende a ser negativamente afetado. Isso se reflete na confiança dos vendedores e dos consumidores (em agosto, o Índice de Confiança do Comércio teve queda de 4 pontos e o Índice de Confiança do Consumidor de 0,5 ponto – ambos do FGV/IBRE), bem como nos resultados mais recentes do IVS.