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Como mitigar os impactos da dança do protecionismo global

Publicado 24.09.2024, 13:00

A escalada do protecionismo global e políticas vem desencadeando uma série de repercussões, que reverberam por toda a economia mundial. Os crescentes conflitos e tensões entre diversas nações evidenciam movimentos de vários países tentando blindar as suas indústrias e comércios.

As consequências? Impactos diretos sobre empresas e consumidores, especialmente com a imposição de tarifas mais elevadas sobre produtos importados. 

A volta dos impostos para carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in no Brasil é um grande exemplo disso. A decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) envolve uma retomada de cobranças gradual e específica para essas categorias automotivas, com alíquotas que aumentam semestralmente até atingirem 35% em julho de 2026.

Além de casos como esse, as cadeias de suprimentos globais estão ficando cada vez mais caras. As empresas passam a ter processos produtivos custosos com a elevação do valor de insumos importados, forçando-as a repassar essa inflação para os preços finais dos produtos. 

É um efeito cascata, que atinge os bolsos de todas as organizações e indivíduos envolvidos. Por isso, precisamos começar a refletir sobre as saídas para esse desafio. 

Apostas tecnológicas

É claro que a escolha de parceiros é um fator determinante nessa situação. Seja no que diz respeito às relações comerciais entre governos ou os próprios acordos com fornecedores, é imprescindível estabelecer acordos extremamente favoráveis para ambos os lados, afinal, todos enfrentarão obstáculos grandes no meio do caminho. 

No entanto, é certo afirmar que aqueles que conseguirem implementar uma boa transformação digital em seus negócios estarão na linha de frente para lidar com esse cenário. Principalmente quando falamos de Pequenas e Médias Empresas (PMEs), os investimentos em novas tecnologias não são baratos, mas também são indispensáveis nesta realidade por um simples motivo: otimização.

Desde os processos logísticos até a adaptação das soluções às especificidades do mercado, as ferramentas tecnológicas podem trazer uma virada de chave para o dia a dia operacional das organizações e para as relações com seus clientes. A cada vez mais popular Inteligência Artificial (IA), por exemplo, pode mostrar o caminho para a criação de produtos e serviços mais individualizados, que atendam às demandas dos consumidores locais sem a necessidade de buscar uma imensa quantidade de matérias-primas fora do Brasil. Assim, as companhias terão mais chances de reduzir custos e crescer em meio ao aumento de tarifas de importação. 

Diversos setores já entenderam isso. Na indústria automotiva, a IA vem promovendo mais eficiência, da linha de montagem até a gestão de estoque, inclusive ajudando a acelerar a criação de veículos elétricos. Já no setor de eletrônicos, é possível personalizar experiências do usuário, melhorando a cadeia de suprimentos e até mesmo criando assistentes virtuais inteligentes e dispositivos conectados à Internet das Coisas (IoT). Ou ainda há como citar o mercado financeiro, onde a tecnologia facilita o gerenciamento de investimentos, detecta fraudes, customiza ofertas e reduz custos em operações cambiais.

A hora de agir é agora

A crença na redução das tarifas de importação como solução única para os desafios impostos pelo protecionismo global é uma visão simplista e arriscada. A complexidade das relações internacionais e a instabilidade geopolítica tornam a previsão e a implementação de políticas comerciais mais liberais altamente incertas. Além disso, a dependência excessiva do que vem de fora pode deixar as empresas vulneráveis a choques externos, como crises econômicas ou interrupções nas cadeias de suprimentos. 

Sendo assim, é fundamental buscar alternativas locais mais robustas e sustentáveis para garantir a competitividade e a resiliência das companhias brasileiras. O protecionismo global representa um desafio complexo e multifacetado, então não há como esperar para iniciar a adaptação a esse novo cenário. 

As empresas e governos precisam ser ágeis, inovadores e entender as regras do jogo para explorar novas oportunidades em um mundo cada vez mais interconectado e complexo.

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