Congresso barra aumento do IOF: Entenda o que isso significa para o seu bolso

Publicado 26.06.2025, 15:30

Na quarta-feira, 25 de junho de 2025, o Congresso Nacional deu um passo firme contra o aumento do IOF, Imposto sobre Operações Financeiras, e anulou o decreto do governo Lula que alterava as alíquotas desse tributo.

Como foi a votação?

  • Na Câmara, em uma sessão híbrida e com quorum reduzido por causa das festas de São João, 383 deputados votaram a favor de suspender o decreto, enquanto 98 votaram contra.

  • No Senado, a aprovação ocorreu de forma simbólica, sem necessidade de divisão nominal de votos.

Com isso, o rel­egado decreto – que já havia passado por reajustes parciais – volta a perder validade, e vigem novamente as regras antigas do IOF, com alíquotas distribuídas conforme o decreto nº 6.306/2007.

O que muda na prática?

  • Operações financeiras, como empréstimos, uso de cartão de crédito, transferências internacionais e câmbio, voltam à tributação anterior;

  • O governo esperava arrecadar cerca de R$ 10 bi a R$ 20 bi com os ajustes no IOF, mas essas expectativas foram frustradas.

Por que houve reação?

  • Setores produtivos, como agropecuária e comércio exterior, reclamaram que um imposto mais alto encarece operações essenciais e encarece custos ao consumidor final.

  • Parlamentares argumentaram que a elevação foi uma medida “sem debate” e precisa maior previsibilidade para evitar econômicas instáveis.

Reação do governo

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, criticou o uso do decreto para sustentar arrecadação, disse que houve quebra de acordos e sugeriu que talvez se leve a disputa até o STF.

E agora?

Com a derrubada do decreto, o governo precisa encontrar outra saída para cobrir a meta fiscal de 2025: aproximadamente R$ 20 bilhões. Já foram contingenciados cerca de R$ 31 bilhões em outras despesas.

O Senado deverá promulgar o texto ainda hoje, confirmando o status final da proposta.

Em resumo:

  • Brasil rejeitou o aumento do IOF proposto pela Presidência;

  • Governo perderá fonte importante de arrecadação, precisará contornar o déficit de R$ 20 bi por outras vias;

  • Para o cidadão, a vitória traz alívio: evita-se aumento nos custos de crédito, câmbio e remessas, despesas que, no fim, afetam o bolso de quem usa produtos ou faz compras parceladas.

O QUE O GOVERNO VAI FAZER AGORA?

Com a perda de arrecadação estimada entre R$ 10 a R$ 20 bilhões, o governo federal precisa:

Cortar ainda mais despesas

O orçamento já teve um contingenciamento de R$ 31 bilhões, e novas áreas podem sofrer cortes. Isso inclui:

  • Emendas parlamentares;

  • Programas sociais com baixo índice de execução;

  • Investimentos em infraestrutura, ciência ou educação.

Buscar outras formas de arrecadação

Isso pode significar:

  • Aumento de outros impostos ou tributos;

  • Reoneração de setores desonerados (como a folha de pagamento);

  • Revisão de benefícios fiscais e isenções.

c) Tentar judicializar a decisão

O governo pode levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que o Congresso excedeu seu papel ao revogar um decreto com impacto orçamentário.

QUAIS OS IMPACTOS NA ECONOMIA?

No curto prazo:

  • Alívio nos custos financeiros para pessoas e empresas (empréstimos, câmbio, cartão);

  • Maior confiança do mercado com o Congresso se posicionando contra aumento de impostos de forma repentina.

No médio prazo:

  • Risco fiscal aumenta: se o governo não compensar essa perda de arrecadação com novos cortes ou receitas, pode haver:

    • Reação negativa de agências de risco;

    • Aumento do dólar e juros futuros;

    • Pressão sobre a inflação.

E PARA A ECONOMIA BRASILEIRA?

Essa decisão simboliza um embate maior entre governo federal e Congresso, e reforça:

  • A necessidade urgente de reforma fiscal estrutural, não apenas “remendos” como aumento de IOF;

  • A fragilidade do atual modelo de financiamento do Estado, que depende de medidas pontuais e pouco planejadas;

  • A atenção dos mercados ao cumprimento da meta fiscal (déficit zero), que agora parece mais distante.

O Congresso mandou um recado: não é hora de aumentar impostos silenciosamente. Mas isso não resolve o problema maior, que é o rombo nas contas públicas.

Se o governo não encontrar uma saída estruturada, todos sentiremos os efeitos, direta ou indiretamente, seja no aumento de preços, na dificuldade de crédito, ou na desaceleração de investimentos.

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