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Não é nenhum segredo que, quando se trata de obter lucros altos, as instituições financeiras são especialistas no assunto, ainda mais no Brasil, onde o spread bancário está entre os mais elevados do mundo, representando uma parcela considerável do lucro dos bancos. Geralmente ações de bancos são consideradas, por boa parte dos investidores, indispensáveis para um portfólio de renda variável, sendo bem comum fazer hold e, periodicamente, adquirir mais cotas para aumentar a participação na empresa, a fim de receber maiores proventos no futuro. Mas, atualmente, comprar ações de grandes bancos ainda é tão interessante para o investidor como foi nos últimos anos?
A crise de 2020 afetou todos os setores em diferentes proporções. O Índice Financeiro, cuja função é medir o desempenho de 20 ações das 17 maiores instituições financeiras negociadas na bolsa, sendo o índice setorial que mais exerce influência sobre o Ibovespa, chegou a desvalorizar mais de 35% nesse período, mas conseguiu se recuperar até a data de hoje, estando próximo de atingir sua máxima histórica. Contudo, essa retomada que o IFNC vem apresentando nos últimos meses, assim como a valorização das ações que o compõem, não é suficiente para determinar se essas ações permanecem entregando uma boa rentabilidade para os acionistas como antes de 2020.
Outro aspecto que vale observar é que, recentemente, em 16 de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 0,75%, atingindo 4,25% ao ano, sendo que, no último relatório Focus, publicado na segunda feira, dia 14 de junho, a meta da Selic para o fim do período foi estimada em 6,25% a.a.
Alguns colegas analistas acreditam que esse valor pode chegar a 8,00% a.a. Pessoalmente, acho pouco provável alcançar 6,80% a.a, tampouco 8,00% a.a. O fato é que uma dada alta nos juros poderia beneficiar os bancos elevando seus lucros, mas não necessariamente seriam repassados na mesma proporção a seus acionistas. Considerando que em 2020 a taxa Selic acumulada foi de 2,75%, levando muitos investidores a realocar seu capital da renda fixa para variável para obter melhor rentabilidade, um aumento acima da meta estimada pelo Banco Central poderia causar o efeito inverso, pois ativos de menos risco, como Tesouro Selic, voltariam a ter uma rentabilidade atrativa.
Selecionei para análise sete ações das maiores instituições financeiras negociadas na bolsa, sendo seis de bancos e uma de holding, que unidas possuem 67,08% de participação no IFNC e, se somada suas participações no Ibovespa, que agrupa 84 ações de 81 empresas, estas sete ações compões 18,34% do principal índice, sendo as seguintes:
1.Itaú Unibanco (SA:ITUB4)
2.Bradesco (SA:BBDC4)
3.Itaúsa (SA:ITSA4)
4.Banco do Brasil (SA:BBAS3)
5.Banco Inter (SA:BIDI11)
6.BTG Pactual (SA:BPAC11)
7.Santander (SA:SANB11)
A tabela um mostra essas ações em colunas postas lado a lado, exibindo dados anuais de 2019 a 2021 de cinco indicadores de rentabilidade utilizados na análise fundamentalista. Não é possível avaliar o desempenho de uma empresa utilizando como referência apenas um indicador, pois eles se tornam complementares para melhor interpretar o resultado de cada uma:
1.LPA
2.ROE
3.Margem líquida
4.Dividend Yield
5.PayOut
Nas linhas em que o ano é 2019, alguns valores estão em verde ou vermelho, sendo verde quando o valor de determinado indicador subiu com relação a 2018, e o oposto em vermelho. Se estiver em branco, não houve variação. Cada ação possuí cinco médias, sendo uma para cada indicador, com base no período em que cada ação está sendo negociada na bolsa, do ano de seu IPO até junho de 2021.
Não é a média entre 2019 e 2021, e sim do período em que cada ação vem sendo negociada no mercado de capitais.
1. LPA: Lucro por ação (lucro líquido ÷ n° de ações). Até a metade de 2021, as ações apresentaram lucratividade superior em relação a 2020, mas apenas Santander, Banco do Brasil e BTG tiveram valores acima de suas médias até o momento, com destaque para BTG, que possui o maior lucro por ação entre todas, sendo seu melhor resultado nos últimos anos. Banco Inter (SA:BIDI4) ainda não é lucrativa, é a ação com o menor lucro, mas vale considerar que é uma empresa relativamente nova se comparada as outras, esta inovando bastante por ser um banco digital e apresentando um crescimento acelerado em termos de rentabilidade.
2. ROE: Retorno sobre o patrimônio líquido (lucro líquido ÷ patrimônio líquido). Mede a capacidade de gerar rentabilidade aos acionistas a partir do dinheiro investido nela. É considerado atrativo para os acionistas um ROE de pelo menos 15%. Com exceção do Banco Inter, em 2019 todas essas ações possuíam um ROE acima de 15%. Em 2020, apenas o Santander conseguiu manter acima dos 15%, mas em 2021 seu ROE caiu para 13,56%. O BB vem entregando um retorno menor aos acionistas desde 2019. Itaú, Bradesco, Itaúsa, Inter e BTG aumentaram o retorno a seus acionistas de 2020 até agora, mas apenas BTG apresentou nesse ano um ROE atrativo para o investidor.
3. Margem Líquida: (lucro líquido ÷ receita líquida)* 100. Porcentagem de lucro em relação à receita de uma empresa. Para os investidores, mostra o nível de retorno obtido com base no custo operacional. A partir de 20% é considerada satisfatória. Bradesco elevou conseguiu superar seu resultado nesse ano, atingindo 22,22%. BTG e Itaúsa continuaram mantendo bons resultados no período, com destaque para Itaúsa, que apresentou uma margem líquida muito acima da média em 2021, de 127,21%.
4. Dividend Yield: (dividendo ÷ preço da ação)* 100. Mede a rentabilidade dos dividendos em relação ao preço de suas ações. Diferente da margem líquida e do ROE, não existe um valor ideal que sirva como padrão para definir um bom DY para qualquer ação. Para obter uma estimativa, deve-se comparar a rentabilidade de dividendos entre empresas do mesmo setor com valor de mercado e tempo de atuação semelhantes. Como as empresas analisadas pertencem ao mesmo setor e são as maiores dentro dele, é exibida, na tabela 2, uma comparação entre essas ações. Cada uma ocupa uma posição entre 1° e 7°, sendo uma espécie de ranking geral para DY e os demais indicadores. Contudo, nenhuma ação teve o DY que superasse sua própria média histórica até o momento.
5. Payout: (dividendos ÷ lucro líquido). Representa a porcentagem de lucro líquido distribuído para os acionistas de uma instituição em forma de dividendos ou juros sobre capital próprio. Nem sempre um Payout baixo é um mau sinal, pois a empresa pode estar usando o lucro para reinvestir em seu crescimento. Bradesco e Santander apresentaram uma redução na porcentagem de lucro distribuída ao investidor no decorrer do período analisado, e BTG continua com um valor muito baixo de forma constante. Itaú e Itaúsa sofreram queda em 2020, mas até o final de 2021 podem superar suas médias. Atualmente, apenas BB e Inter apresentaram aumento da porcentagem de distribuição de lucro acima de suas médias.
Na tabela 2, as ações analisadas são comparadas entre elas mesmas, e não de modo individual baseado na variação entre períodos. Os indicadores estão em colunas postas lado a lado, exibindo um ranking de classificação entre as ações no ano de 2021.
Apesar de serem ações do mesmo setor, é importante considerar que essa comparação ignora algumas variáveis como tempo de atuação, valor de mercado e tamanho da instituição, necessárias para uma análise mais minuciosa.
Tabela 3 – Comparação entre as 5 ações que tiveram maior crescimento em termos de rentabilidade nos últimos 5 anos.
Os bancos continuam gerando lucro, ainda que menores. Acredito que ainda vale a pena investir neles, mas pode levar um ano ou mais para que o retorno volte a ser satisfatório para os investidores.
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