A ata da última reunião do COPOM não foi exatamente mais esclarecedora do que o comunicado, especialmente ao citar o cenário alternativo com petróleo, que na verdade seria o cenário base, praticamente desfeito pelo preço atual do petróleo e reincluir a questão de estímulos como relevante para inflação.
Neste cenário, o que se pode ver é que, contrariando a perspectiva média dos analistas, a elevação de juros não deve se deter em 12,75% aa, já precificada nas curvas, mas que deve ocorrer o aprofundamento na zona contracionista, pois os auxílios cedidos pelo governo podem estimular o consumo.
Em resumo, continuará forte o trabalho de travar a economia e tentar deter uma inflação que tem resposta limitada ao desestimulo monetário, fazendo do câmbio o principal artífice da limitação das altas de preços.
Seguindo a perspectiva dos BCs, a fala de Powell anteontem, mais hawkish do que o que se tem ouvido recentemente por ele e pela parcela que o acompanha no Fed elevou em partes os temores do fluxo de capitais aos EUA, o flight to quality, porém, ainda precisamos manter alguns fatores em mente.
O QE (Quantitative Easing) por uma década seguida mudou os parâmetros de rentabilidade aceitáveis mundo afora, em níveis muito superiores àqueles observados nas décadas anteriores, o que faz uma taxa de juros real negativa pouco atraente aos novos parâmetros.
Raramente veremos aquele fluxo intenso de capitais no mundo em busca de segurança, como o dinheiro que inundava os títulos japoneses entre os anos 1990 e 2000 e criava a versão nipônica da “doença holandesa”.
Portanto, beira a ingenuidade acreditar que uma taxa de juros americana acima de 2% aa dragaria capital do mundo todo aos EUA, simplesmente pela pretensa segurança que sua economia se propõe.
Ocorrerá um fluxo sim, mas a intensidade semelhante à observada no período pré-subprime dificilmente ocorrerá aos Safe Havens novamente, ao menos não no curto e médio prazo.
Portanto, temos dois bancos centrais emitindo sinais duros de juros, mas com competência limitada para combater a inflação que se impõe no globo neste momento, com enorme peso da imponderabilidade.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelas questões entre Rússia e Ucrânia e a leitura das falas do Fed.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, puxados pela forte alta no Nikkei.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálica, altas, destaque ao paládio e prata.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, quedas nos estoques americanos da commodity.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,62%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,9107 / -0,52 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,254%
Dólar / Yen : ¥ 121,00 / 0,166%
Libra / Dólar : US$ 1,32 / -0,249%
Dólar Fut. (1 m) : 4933,78 / -0,55 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,94 % aa (0,35%)
DI - Janeiro 24: 12,63 % aa (-0,39%)
DI - Janeiro 26: 11,84 % aa (-1,33%)
DI - Janeiro 27: 11,87 % aa (-0,92%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,9624% / 117.272 pontos
Dow Jones: 0,7365% / 34.807 pontos
Nasdaq: 1,9537% / 14.109 pontos
Nikkei: 3,00% / 28.040 pontos
Hang Seng: 1,21% / 22.154 pontos
ASX 200: 0,50% / 7.378 pontos
ABERTURA
DAX: -0,368% / 14419,91 pontos
CAC 40: -0,327% / 6637,63 pontos
FTSE: 0,222% / 7493,28 pontos
Ibov. Fut.: 0,91% / 118053,00 pontos
S&P Fut.: -0,37% / 4488,5 pontos
Nasdaq Fut.: -0,382% / 14580,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,48% / 127,40 ptos
Petróleo WTI: 2,14% / $111,61
Petróleo Brent: 2,01% / $117,80
Ouro: 0,44% / $1.932,32
Minério de Ferro: 0,99% / $149,68
Soja: 0,81% / $1.708,50
Milho: 0,46% / $756,00
Café: 0,58% / $226,25
Açúcar: -0,31% / $19,10