- O petróleo WTI caiu abaixo da marca dos US$ 65, abrindo espaço para recuos adicionais em direção a US$ 50 e US$ 43 por barril.
- O movimento ocorre em meio à ampliação da oferta por parte da Opep+ e dos Estados Unidos, o que tem alterado o equilíbrio do mercado.
- Com a demanda ainda enfraquecida e os estoques em alta, o cenário aponta para cotações mais baixas nas próximas semanas.
A guerra tarifária em andamento também tem provocado instabilidade nos mercados e contribuído para a desvalorização do petróleo.
O WTI já opera abaixo de US$ 60 por barril, e o movimento pode se aprofundar com a decisão da Opep+ de expandir a produção em mais de 411 mil barris por dia, ampliando as preocupações com o excesso de oferta.
Se não houver mudanças nas condições atuais e as tarifas forem mantidas, o cenário de preços mais baixos poderá se consolidar, com possibilidade de o barril recuar até US$ 40 no horizonte mais amplo.
A queda recente também está ligada à postura do governo dos EUA sob a gestão de Donald Trump. O mercado reage aos sinais de desaceleração econômica global, mas a retração no preço da commodity acaba favorecendo a estratégia política do presidente.
O Partido Republicano tem defendido preços mais baixos como forma de proteger o consumidor americano e conter a inflação, o que, por sua vez, reforça o argumento em favor de cortes adicionais nos juros por parte do Federal Reserve — uma agenda que Trump tem buscado promover ativamente.
Além disso, a retração no valor do petróleo pressiona economias exportadoras como a Rússia, que segue resistente em relação a acordos diplomáticos e mantém sua posição estratégica no cenário geopolítico.
Mesmo tradicionalmente alinhada a níveis de preços mais elevados, a Opep+ passou a sinalizar desde o início do segundo trimestre a intenção de reduzir gradualmente os cortes de produção.
A partir de maio, o grupo prevê um aumento de 411 mil barris por dia. Em paralelo, a Casa Branca anunciou planos para expandir a produção doméstica de petróleo, com possibilidade de triplicação da oferta a partir do próximo mês. Esses movimentos somados indicam um mercado caminhando para uma sobreoferta expressiva.
Nesse ambiente, os dados de estoques de petróleo nos EUA ganham relevância. O último relatório mostrou um acréscimo expressivo em relação às semanas anteriores, o que reforça a leitura de excesso de oferta.
A China segue como peça-chave nesse xadrez. Apesar da retração na demanda nas últimas semanas, dados recentes mostram um leve repique. Investidores devem acompanhar de perto os próximos indicadores de atividade chinesa.
Do ponto de vista técnico, o WTI rompeu uma zona de suporte crítica, situada entre US$ 65 e US$ 95, faixa em que os preços vinham oscilando desde 2022.
A quebra desse piso sugere uma tendência de baixa mais pronunciada.
O próximo nível de suporte está próximo de US$ 43, com US$ 50 como referência intermediária. Um eventual retorno à antiga faixa indicaria perda de fôlego do movimento de queda.