Bom dia, leitores das análises diárias do mercado de câmbio. O dólar à vista fechou o dia de ontem cotado a R$ 5,7272 para venda, conforme informado pelos operadores da mesa de câmbio da corretora Getmoney.
O dólar despencou ante as moedas de países emergentes após o fériado prolongado aqui no Brasil. Vimos uma aversão do mercado a ativos norte-americanos. O petróleo (Brasil é exportador de commodities) também se recuperou, ajudando na valorização do real. Aqui a nossa taxa de juros está bem alta e isso ajuda a trazer fluxo também, ainda que seja de capital especulativo. Estamos neste momento com a Selic a 14,25% ao ano.
Ontem, o vice-presidente Geraldo Alckmim disse que vai favorecer a indústria local através de uma nova política tarifária. Impostos sobre produtos que não são fabricados no Brasil seriam cortados com a intenção de aumentar a importação e estimular a expansão industrial. E o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que a inflação continua alta, mas a economia está bastante aquecida e disse ainda que estamos vivendo uma fase de incertezas em relação à política econômica nos Estados Unidos.
É esperado um efeito inflacionário nos EUA com a implementação das tarifas. Será necessário um esforço árduo do Fed para manter as expectativas de inflação ancoradas e dentro da meta. A credibilidade e confiança quanto ao trabalho dos Bancos Centrais são fatores primordiais nesta manutenção de expectativas. Com a recente fala do presidente dos EUA, Donald Trump, no sentido de substituir Jerome Powell na cadeira de chair do Fed, o mercado ficou em alerta. Não está claro se ele tem autoridade para tal ação. Mas é importante que os Bancos Centrais mantenham suas autonomias. Neste momento Trump quer determinar um corte de juros por lá, “a marretada”, só que os formuladores de política monetária estão analisando dados e impactos das tarifas, ou seja, muita calma nesta hora.
O risco do mundo passar por uma recessão neste ano passou de 17% para 30%, devido à guerra comercial promovida pela implementação das tarifas, segundo o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas. O FMI cortou diversas projeções econômicas de crescimento. Quanto à China, a Casa Branca afirmou que um possível acordo está no radar. Agora é ver qual o formato e se isso vai de fato acontecer.
No calendário econômico para hoje vamos acompanhar na zona do euro, antes do mercado abrir, os PMIs de serviços, industrial e composto de abril. Também saem a Balança Comercial e a produção do setor de construção de fevereiro. À tarde (16:15) haverá pronunciamento de Lane, do BCE. Nos EUA acontecerão reuniões do FMI (7:00 hrs), discurso de Waller, do Fed (10:30 hrs), os PMIs industrial, global e de serviços de abril (10:45 hrs), vendas de casas novas de março (11:00 hrs) e Livro Bege (15:00 hrs). No Brasil sairá o Fluxo Cambial Estrangeiro (14:30 hrs).
Bons negócios a todos e muito lucro.