Governo insistirá em negociação comercial com EUA, mas 1º de agosto pode chegar sem resposta dos EUA, diz Haddad
Em maio, os preços dos etanóis subiram no estado de São Paulo, recuperando apenas parte das perdas registradas entre março e abril. A sustentação aos valores veio da volta, ainda que gradativa, do consumo em alguns importantes polos consumidores do País. Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, a boa vantagem do etanol hidratado nos postos paulistas favoreceu a demanda, elevando a necessidade de distribuidoras de repor estoques. Vale lembrar que, em abril, a participação de compradores no mercado de etanol esteve baixa em boa parte do mês. Além da procura, outro fator que deu suporte às cotações de etanol em São Paulo foi a postura firme dos vendedores ao longo de maio, mesmo neste início de temporada na região Centro-Sul. No caso do etanol anidro, destaca-se o crescimento do número de negócios no mercado spot. Isso se deu em função da postergação do período definido para a fixação de contratos, visando o atendimento da Resolução nº 67 da ANP pelas distribuidoras. Assim, por conta de contratos ainda não firmados, as vendas no spot aumentaram em maio frente às do mês anterior.
A média dos valores das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado ficou em R$ 1,4352/litro, alta de 5,75% na comparação com as semanas cheias de abril. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, o aumento foi de apenas 0,4%, com média de R$ 1,5803/litro no spot. Em termos de volume de etanol hidratado captado pelo Cepea, o de maio superou em 6,93% o de abril deste ano. Contudo, em relação a maio de 2019, houve forte redução de 53,6%. No mercado varejista, o abastecimento com etanol hidratado seguiu vantajoso frente à gasolina C em maio, mesmo com o aumento dos preços no segmento produtor. Em São Paulo, o preço médio do litro do etanol foi de R$ 2,345, e o da gasolina, de R$ 3,684 em maio, configurando uma paridade de 63,7%, mais baixa que os 65,9% do mês anterior. Em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, a relação média entre os combustíveis também foi inferior a 70%, ficando em 62,8%, 67,8% e 65,4%, respectivamente, segundo os dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
NORDESTE – Os preços dos etanóis caíram por mais um mês na região nordestina, mesmo com os ajustes positivos nos preços da gasolina A realizados pela Petrobrás. Na última quinzena, principalmente, os produtores mantiveram-se firmes nas cotações dos etanóis, em função dos estoques reduzidos para comercialização com as distribuidoras e também motivados pelos preços mais altos na região Centro-Sul. Boa parte dos produtores de etanol de Pernambuco, Alagoas e Paraíba já liquidou os estoques e deve retornar ao mercado somente na próxima safra (setembro e outubro). Já aqueles estocados preferiram exportar etanol, aproveitando as altas cotações do dólar durante o mês. Ainda alguns continuam vendendo etanol para produção de álcool gel e álcool 70%, em função da pandemia da covid-19.
Em Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,5684/litro em maio, queda de 1,51% frente ao de abril. No caso do anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ fechou em R$ 1,7170/litro, 26,67% inferior ao do mês de fev/20 (último mês divulgado na série histórica). O Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado de Alagoas fechou em R$ 1,4454/litro em maio, retração de 1,47% frente ao de abril. Para o anidro, houve alta de 5,58% na mesma comparação, para R$ 1,7678/litro. Para o Indicador mensal hidratado CEPEA/ESALQ da Paraíba, houve queda de 2,15% frente ao de abril, fechando em R$ 1,5778/litro em maio. O Indicador mensal do anidro fechou em R$ 1,7587/litro, desvalorização de 4,01% frente ao do mês anterior.