Muito famosos nos Estados Unidos, os Exchange Traded Funds (ETFs) têm ganhado cada vez mais espaço aqui no Brasil. Mas você conhece essa modalidade de investimento?
Criado em 1993, os ETFs decolaram nos últimos cinco anos, e hoje já fazem parte de um mercado de mais de US$ 5 trilhões em todo mundo. Como podemos ver no gráfico abaixo, seu crescimento foi intenso e de forma muito rápida.
ETFs são fundos negociados em bolsa de valores que investem em uma cesta de ativos como ações, títulos, commodities, imóveis ou outros. Normalmente, buscam espelhar o desempenho de um índice específico e cobram baixas taxas de administração por isso, representando uma boa oportunidade para diversificar - reduzir o risco de seu portfólio -a um baixo custo.
Além disso, a eficiência tributária, liquidez e flexibilidade desses ativos são outros motivos que fazem com que venham se tornado cada vez mais comuns entre os brasileiros.
Existem diversos tipos de ETFs: de ações - que replicam um determinado índice do mercado de ações, como S&P 500 ou NASDAQ -; de renda fixa; de setor ou indústria específica, como tecnologia, assistência média ou finanças; de commodities, que acompanham o preço de uma mercadoria - como petróleo e ouro. Há também ETFs alternativos, que oferecem exposição a classes de ativos não convencionais, entre outros.
Outro ponto positivo desse tipo de investimento é a facilidade de permanência no mercado. Conversando com investidores, percebo que muitos buscam acertar o “market timing”, isto é, querem entrar na Bolsa no melhor momento possível.
O problema dessa abordagem é que ela não é sustentável e muito menos possível, uma vez que, no curto prazo, o preço das ações oscila por milhares de micro variáveis, impossíveis de serem previstas.
Dessa forma, muitos investidores acabam perdendo boas oportunidades de investimento por terem ficado esperando pelo momento certo, que nunca chegou.
O gráfico acima mostra um investimento de US$ 100 mil no S&P 500 ao longo dos últimos 20 anos. O investidor que adotou a estratégia “Buy and Hold” e ficou investido todo o tempo foi o que melhor performou. Aquele que tentou acertar o “market timing” e perdeu os 25 melhores dias para isso foi o pior.
No entanto, estamos no Brasil, e nossa indústria de ETF não é tão completa e desenvolvida quanto a americana. Os três ETFs mais comuns são SMAL11, IVVB11 e BOVA11, sendo os dois primeiros os que recomendo.
Recomendo o SMAL11 pois, historicamente, as small caps performaram melhor do que qualquer outro tipo de investimento. Já o IVVB11, indico pois acho primordial que todo investidor possua uma parte de seu patrimônio em dólar e seja sócio das melhores empresas do mundo.
Mas por que eu não recomendo o BOVA11? O problema está na composição do Índice Bovespa, que é um índice pró-cíclico. O Brasil é um país com muitas empresas do setor de commodities, como Vale (SA:VALE3), Petrobras (SA:PETR4), Usiminas (SA:USIM5), CSN (SA:CSNA3) e Gerdau (SA:GGBR4) e, no momento de valorização de matérias-primas - como o minério de ferro e petróleo -, as ações se valorizam. E o inverso ocorre na baixa.
As empresas citadas anteriormente chegaram a representar 40% do índice em 2008, no auge da valorização das matérias-primas. Já em 2015, estas ações representavam menos de 20%. Dessa forma, o índice compra essas ações na alta e vende na baixa, comportamento oposto ao que acredito que seja vencedor no longo prazo.
Sendo assim, os ETFs são uma ótima forma de investimento para aqueles que não possuem tempo e conhecimento para analisar e identificar as ações com as maiores potencial de valorização.